Vivenciar com afinco e devoção a Via Sacra é uma orientação da Igreja Católica para este tempo de Quaresma. Trata-se de percorrer o caminho de Cristo para o calvário, como uma espécie de exercício espiritual – e, em alguns casos, também físico – que ajuda quem o faz a reviver a paixão e morte do Senhor Jesus.
De acordo com o Padre José de Pinho, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Amparo (Forania Centro) a Via-Sacra é composta de 14 estações e faz parte das tradições mais acarinhadas pelos católicos, sobretudo durante a Quaresma, acompanhando Aquele que deu a vida pela humanidade. Pedagogicamente a Igreja restringe o canto do Aleluia , deixando para a solenidade da Vigília Pascal quando as alegrias de júbilo pelo triunfo de Cristo vencem o pecado e a morte”, explica.
A devoção da Via-Sacra consiste na oração mental de acompanhar o Senhor Jesus em Seus sofrimentos conhecidos como a Paixão de Nosso Senhor , desde o Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário.
Padre José de Pinho evidencia que é necessária a consciência dos fiéis para viver a penitência que é indicada para este tempo. “E a forma correta de se meditar a Via-Sacra se dá de duas formas: a primeira é feita comunitariamente, colocando os quadros e valorizando as leituras bíblicas do Evangelho previstas para aquele momento. Depois, pessoalmente. É importante dizer que pode fazer na Igreja, em casa ou com a família e que deve envolver o percurso para ter um sentido de caminho”, acrescenta.
Neste tempo da Quaresma, a devoção a Nossa Senhora das Dores, padroeira de nossa Arquidiocese está ligada à Via Sacra de Jesus Cristo. O padre José Pinho reforça que a figura dela é propícia porque ela está no caminho do Calvário. “Ela encontra com Jesus na quarta Estação. E é importante salientar que as dores de Maria são reflexos da humanidade pecadora, então devemos cultivar essa devoção”, diz o padre.
Quanto às indulgências que o fiel alcança ao praticar a Via- Sacra, o sacerdote valoriza esse momento especial da nossa Igreja já que são previstos também a prática dos exercícios piedosos. “Os cristãos devem saber que existe a indulgência plenária e a parcial. Quando a indulgência é plenária, o fiel observa todas as prescrições como, por exemplo, o ato de caridade, comungar e claro, observar as instruções do Santo Padre. Já na indulgência parcial, o fiel não obtém o pleno perdão. É de forma parcial, como o próprio nome diz”, explica.
Mas, o fiel que se dispõe a refletir sobre a Paixão de Cristo segue o que a Igreja prescreve e obtém ao final as indulgências. Para quem tem interesse em crescer na fé através dessa experiência deve se informar nas paróquias e observar os horários previstos para também participar.
Por Vera Alice Brandão