Esse ano a 21° edição do Grito dos excluídos será realizada no dia 4 de setembro, diferente das edições anteriores em que a manifestação acontecia paralela as comemorações do desfile cívico de 7 de setembro – Dia da Independência do Brasil. Com o objetivo de valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, há ainda por parte da organização, a intenção de promover ações cujo objetivo é fortalecer e mobilizar a comunidade para atuar nas lutas populares e denunciar as injustiças contra os menos favorecidos.
A proposta do Grito surgiu no Brasil em 1994. A primeira edição foi realizada em setembro de 1995, motivado pelo tema da campanha da Fraternidade do mesmo ano “A Fraternidade e os excluídos”. A idéia era atrair os olhares voltados para a simbologia do dia 7 de setembro. No ano seguinte, em 1996, a Assembléia Geral dos Bispos, discutiu e aprovou o grito dos excluídos.
E para organizar mais uma edição do evento, que é uma manifestação popular, foram realizadas reuniões nos meses de julho e agosto desse ano. Nos encontros a organização definiu detalhes da caminhada que terá como lema principal “Que país é este, que mata gente, que a mídia mente e nos consome?” onde há um chamamento para a sociedade no engajamento da defesa da vida humana, em todas as suas dimensões dando voz aos excluídos, para garantir os seus direitos e construir alternativas para garantir acesso a direitos básicos como educação, saúde, transporte, saneamento e moradia.
Entre as instituições e associações participantes está a Pastoral da Terra; Pastoral Carcerária; Pastoral da Saúde; e outras instituições como Fazenda da Paz, Sindicato dos Urbanitários e dos professores (Sinte), além da Igreja Católica através das Paróquias.
“As reivindicações desses grupos são as mesmas, por isso precisamos nos manifestar, unir forças. A unidade é fundamental para conseguirmos avançar” explica Ana Lúcia Corbani, que é coordenadora da Pastoral da Terra da Arquidiocese.
A concentração será as 7h da manhã, do dia 4 de setembro, em frente à AGESPISA, localizada na Av. Marechal Castelo Branco. Em seguida a caminhada seguirá pelas principais ruas e avenidas de Teresina (como as Avenidas Frei Serafim e Rua Paissandu) passando pela sede da Prefeitura Municipal de Teresina com parada para pronunciamento dos participantes e seguindo para o Palácio de Karnak onde haverá a culminância do Grito.
Para a Irmã Darsilla Antoniolli, que é coordenadora da pastoral do Migrante, “é importante que toda a comunidade participe desse momento porque é uma oportunidade de todos terem voz. Devemos reforçar que estamos insatisfeitos. Do jeito que está não está bom. Nossos indicadores são negativos e os serviços básicos são deficientes. Não queremos viver em um País tão desigual”, finaliza.
Por Vera Alice Brandão