Na manhã da última sexta-feira (17), o Secretário Regional da Cáritas Piauí, Hidelbrando Pires, a Doutora em Saúde Pública, Sueli Alberto e o Técnico Agropecuário Gregório Borges, participaram do primeiro webnário que debateu questões críticas sobre a insegurança alimentar no Piauí e buscou soluções para a resolução desta problemática que atinge uma parcela significativa da população.
A transmissão foi promovida pela TV Nestante em parceria com a Arquidiocese de Teresina, e teve como tema principal “Insegurança e Soberania Alimentar no Piauí, o que fazer?”, permitindo que os participantes entendessem mais sobre as complexidades da insegurança alimentar e participassem de uma discussão interativa, a fim de explorar estratégias que alcancem a soberania alimentar. O evento também buscou construir atitudes de superação nos âmbitos pessoal e comunitário, além da inclusão de políticas públicas de superação das situações de vulnerabilidade.
No mapa da fome, a população piauiense tem vivido em uma realidade preocupante, onde cerca de 34,3% de sua população total tem vivido em situação de insegurança alimentar, conforme pesquisa divulgada em 2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Insegurança Alimentar – PENSSAN.
De acordo com Dra. Sueli Alberto, essa insegurança alimentar pode ser considerada em três graus: leve, moderada ou grave. “Ao nos depararmos com essa situação, nós devemos refletir sobre o modelo de desenvolvimento social e econômico que tem sido adotado em nosso Estado, já que mais de 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil”, destacou. Sueli explica que o grande propósito da Rede é criar e ofertar subsídios para os gestores do poder público, academias e a sociedade no geral para que essas situações sejam analisadas e medidas possam ser tomadas a fim de reverter essa infeliz realidade.
Em seu discurso, Gregório Borges destacou que a utilização de agrotóxicos na produção de certos alimentos também pode ser um gerador da insegurança alimentar. “Quando pensamos na insegurança alimentar, se pensa mais em como a população vai ter acesso a esses produtos e não na qualidade em que eles são ofertados”, afirmou o Técnico Agropecuário. Para ele, ainda faltam a inclusão de políticas públicas para que se haja uma soberania alimentar, de forma que a sociedade tenha acesso a uma alimentação de qualidade e olhe também para questões ambientais que envolvem todo o processo.
Durante a transmissão, Hidelbrando Pires comandou o debate e relembrou a campanha ‘É Tempo de Cuidar. É Tempo de Agir’, lançada oficialmente no mês de outubro pela CNBB Regional NE 4. Segundo ele, a pesquisa divulgada em 2022 pela Rede PENSSAN foi a responsável por provocar o Fórum Regional das Pastorais Sociais, elaborando a campanha que segue vigente até o dia 20 de dezembro nas paróquias e comunidades.
Para facilitar a coleta das doações durante esse período, as paróquias em todo o Estado do Piauí estão com pontos focais identificados com a logo da campanha. Durante as celebrações os fiéis também são incentivados a doar alimentos e materiais de higiene.