Na manhã desta sexta-feira (15), pacientes, familiares, representantes de instituições e profissionais da saúde se reuniram no auditório Paulo VI para o 1º encontro de promoção à saúde na Hanseníase. Com o tema: ‘Hanseníase: conhecer para não discriminar’ o momento foi promovido pelo Centro Maria Imaculada (CMI), serviço de atenção a saúde vinculada a Ação Social Arquidiocesana (ASA).
O evento deu continuidade as ações realizadas no mês de setembro, que é dedicado a sensibilização, prevenção e enfrentamento da Hanseníase no Piauí. Durante a programação, aconteceram apresentações de danças, palestras e rodas de conversas, além do lançamento do folder informativo, que visa combater a percepção negativa da doença.
O evento foi idealizado com a proposta de levar mais informações a sociedade, para que assim consigam entender como a hanseníase funciona, desde o seu diagnóstico e tratamento, ao mesmo tempo em que busca erradicar o preconceito que ainda é muito presente. Conforme externa Lucas Catarino, assistente social do CMI, o serviço sentiu a necessidade de aproximar os atores e as instituições que trabalham com o enfretamento a doença para as ações que são desenvolvidas.
“A hanseníase é uma doença que ataca diretamente a mobilidade dos hansenianos, e isso impacta muito em outros setores da vida. Por isso, o Centro atua oferecendo não só atendimento médico, como também assistência social e psicológica”, disse.
Com uma equipe multidisciplinar de profissionais sempre aptos a tratar os diagnosticados, o Centro Maria Imaculada é referência no combate e tratamento da hanseníase no nordeste. Segundo a coordenadora do Centro, Sara Moura, dessa vez o evento foi pensando para ser diferente dos anteriores, onde o foco seria o olhar mais sensível para que a sociedade possa entender que há vida juntamente com o diagnóstico.
“Nosso olhar foi mais voltado para que a sociedade entenda que os hansenianos têm uma vida para além do prognóstico. Eles vão possuir algumas limitações em determinadas ações, mas continuam buscando qualidade de vida”, explica a coordenadora.
Folder informativo
O Piauí é o 4º estado que mais diagnostica casos de hanseníase no país. Para dar mais visibilidade para a doença, Michele Macedo, enfermeira, baseou a sua tese de mestrado na promoção do autocuidado de pacientes com hanseníase de atenção primária. Durante a pesquisa, ela confeccionou o folder que foi lançado durante o debate e agora passará a ajudar mais pessoas, no entendimento, no cuidado e no tratamento.
“Toda semana atendemos muitos pacientes que receberam o diagnóstico de hanseníase, e sempre durante os atendimentos eu percebia muito desconhecimento em relação a doença. Daí surgiu a ideia de realizar algo que fosse impactar diretamente na vida tanto dos diagnosticados quanto dos familiares, além de diminuir o preconceito”, pontua.
As próximas ações do Setembro Roxo acontecerão respectivamente nos dias 27 com uma equipe de profissionais de saúde para avaliar os contatos dos pacientes, e no dia 29 todos voltam a se reunir na Universidade Estadual do Piauí.