‘Ô Deus de Eterna misericórdia’, assim começa a oração da missa deste segundo domingo da Páscoa. No dia 11 de abril será celebrada a Festa da Misericórdia. Desde o ano 2000 o momento é comemorado por toda a Igreja Católica, quando foi instituído pelo Papa João Paulo II.
O diário da santa polonesa, Faustina Kowalska, revela o desejo de Jesus pela festa. “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia estão abertas as entranhas da Minha Misericórdia. Derramo todo um mar de graças a quem se aproxima da Fonte da Minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam vermelhos como o escarlate”. (Diário de Santa Faustina, 699)
“Naturalmente sempre Jesus, sempre Deus é misericordioso. Mas esta figura espalhada por conta da Santa Faustina, ela nos traduz com esses raios a misericórdia de Deus que nos ilumina, que nos purifica, que nos salva. E como Deus vem em socorro de nós com a sua misericórdia? Nos ajudando a crer. O evangelho Igreja lerá na liturgia é o encontro de Jesus com Tomé, exatos oito dias depois do domingo de Páscoa, da ressurreição”, pontua Dom Jacinto ao refletir sobre a imagem de Jesus Misericordioso.
Tomé não estava com os discípulos quando Jesus se colocou no meio deles e lhes desejou a paz. Jesus volta quando Tomé está reunido com os outros e tem compaixão da sua incredulidade, convida-o a testar que ele tá vivo. “Quando Tomé vai se aproximando, antes que Tomé toque em Jesus é Jesus quem toca com a sua divina misericórdia em Tomé e ele cai de joelhos e diz: ‘meu Senhor e meu Deus’. E Jesus lhe diz: ‘Tomé tu acreditaste, porque viste. Bem aventurado aqueles que não viram e, todavia, creram’”, ressalta o arcebispo.
Dom Jacinto destaca ainda que a misericórdia de Deus pode ser observada quando ele não poupa o seu filho pelo nosso amor. “Como é consolador para nós sabermos da misericórdia de Deus para conosco que nos dá o seu filho, que aceita que ele morra. Deus poupou Isaac, quando Abraão ia sacrificá-lo, mas o pai celestial não poupa seu próprio filho pelo nosso amor. Então é hora de nós podermos dizer realmente: ‘fomos salvos pela misericórdia de Deus’”, diz.
A simbologia da Misericórdia de Deus também está presente na vigília do Sábado Santo, no momento em que o Círio Pascal entra na igreja escura. “O círio entrou aceso para dizer: ‘a luz que espanta as trevas é jesus’”, explica Dom Jacinto. “Então essa luz penetrando o nosso coração, as nossas vidas nos tornam criaturas novas iluminados pela fé, fortalecidos pela esperança, para que nós com a consolação que de Deus recebemos, nós consolemos o nosso irmão”, conclui o arcebispo.