No domingo, 13 de outubro, o Brasil passou a registrar a primeira santa nascida, criada e com atuação em seu território: Santa Dulce dos pobres. Nascida sobre o nome de Maria Rita de Sousa Brito Lopes Ponte, a então beata passa a se chamar Dulce dos pobres e recebe o reconhecimento de santificação por todo o mundo cristão.
A Arquidiocese de Teresina, além de um bairro e paróquias com o nome da nova santa, conta também com projetos e religiosos que com ela conviveram. Padre Nilton Pereira, baiano de nascimento, acompanhou com mais intensidade o trabalho da Santa também de origem baiana.
“Uma menina de classe média que desde criança quis compartilhar sua vida entre os pobres e pelo jeito dela de estar com os pobres, a serviço dos pobres. Era mal vista e até rejeitada. Ela saia pelas ruas de Salvador e buscava os pobres e doentes que viviam jogados pelas ruas. Ficou conhecida como o ‘anjo azul’, ‘anjo bom dos pobres’. Pedia muito para eles, mesmo com as portas fechadas ela insistia”, comenta o padre.
Os abrigos para os doentes e enfermos eram constantemente fechados e todos despejados. Quando não havia mais alternativa, irmã Dulce, colocou os assistidos no galinheiro do convento. Atualmente esse local é o hospital filantrópico de maior referência na cidade de Salvador.
Motivado pela mesma dedicação aos enfermos, enquanto pároco da paróquia de Santíssima Trindade, padre Nilton deu início ao projeto “Irmã Dulce” , uma iniciativa de acolhimento e assistência aos necessitados.
Projeto irmã Dulce (bairro Primavera)
Criado em 2010 no bairro Primavera, forania Norte I de Teresina, o Projeto Irmã Dulce é desenvolvido pelos paroquianos da Paróquia da Santíssima Trindade e beneficia a comunidade para promoção da saúde, assistência social e humana.
Funcionando em uma casa cedida à Igreja localizada no final da Avenida Pernambuco, o espaço foi adaptado para ser uma clínica com quatro pequenos consultórios. “Um projeto de Deus em mãos humanas. Através da motivação do padre Nilton fizemos um trabalho de mapeamento com todas as casas da paróquia e nos deparamos com muitas famílias precisando de ajuda em relação à saúde. Então montamos uma equipe com profissionais e voluntários leigos para esse projeto que atende centenas de pessoas”, comenta Socorro Lélis, aposentada e voluntária do projeto.
O projeto atende e promove consultoria através de profissionais voluntários ligados ou não à Paróquia. Atualmente se sustenta através e doação de benfeitores, trabalhos voluntários de leigos e profissionais da saúde como psicologia, assistência social e Coach. A parte social envolve as datas comemorativas como dia das mães, dos pais, natal, dia das crianças.
Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas através da matéria exibida no Programa Em Tuas Mãos (link aqui).
Santidade
Além da vida em acolhimento aos mais necessitados, irmã Dulce tinha a vida consagrada a Deus.
Por trinta anos, dormiu por apenas quatro horas do dia e sentada em uma cadeira, devido uma promessa que fez pelo restabelecimento de saúde da irmã. Também não comia doces ou assistia telejornais.
A vida consagrada exercida pelo jejum e muita oração é uma característica de uma vivencia cristã a caminho da santidade, como bem exerceu a Santa Dulce dos Pobres.
Por Flalrreta Alves