Para a Igreja, a prisão também é um lugar onde é possível encontrar Cristo, pois é um espaço que abriga pessoas que necessitam de conversão, orientação, purificação da fé, esperança e caridade. Vista como um deserto temporário e um lugar de passagem, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese desenvolve suas atividades pastorais dentro das limitações dos presídios.
“A pessoa presa deve ser tratada com a mesma dignidade de todas as outras que estão livres. Contudo, estão limitadas pois perderam o direito da liberdade como pena pelo crime cometido”, explica o diácono Paulo Weidson, coordenador da pastoral Carcerária da Arquidiocese de Teresina.
Apesar de intenso, o terreno para o desenvolvimento das atividades às vezes é muito espinhoso e os frutos podem se comprometer. “Às vezes a semente brota, mais devido à situação, a semente volta para o mesmo estado de antes. Mas em algum momento de graça, alguma semente brota 100%, pois quem faz a semente nascer é Deus”, acrescenta o diácono.
Um dos frutos colhidos pela misericórdia de Deus através da atuação da pastoral foi Eliane Nunes, ex-detenta que atualmente trabalha como autônoma. Os agentes da pastoral carcerária visitaram sua residência e descrevem seu testemunho. “Ela nos relatava que o período em que passou na prisão, foi exatamente o período que ela se sentiu livre. Parece contradição, mas quando estava livre se sentia presa, presa pelo tráfico de drogas e contribuindo para a morte de pessoas por causa da droga. Quando na prisão fez vários cursos, teatro e isso contribuiu para olhar para si e reconhecer que estava perdida. Com esse novo olhar, se sentiu atraída por Jesus e resolveu então ser uma nova mulher. Hoje, depois de liberta, tudo mudou na sua vida, agora se sente mãe, se sente pessoa. Então é esse o papel da Pastoral Carcerária, apresentar Jesus e Jesus faz o resto”, reforça o diácono.
Atualmente a Pastoral conta com 15 agentes, fiéis à missão de desenvolver um trabalho com desafios, que inclui oração, formação e visita aos locais de reclusão duas vezes por semana (quinta-feira e domingo). Além das visitas, promove também celebrações eucarísticas. A próxima celebração será presidida pelo Arcebispo Dom Jacinto Brito na Penitenciária Professor José Ribamar (Casa de Custódia), no dia 18 de setembro, dia do preso.
Por Flalrreta Alves