Recentemente mais de cem venezuelanos chegaram em Teresina, refugiados da crise econômica que assola o país. Nesta quarta-feira (05) representantes do governo do Piauí, da Prefeitura de Teresina, Igreja Católica e várias instituições sociais, estiveram reunidos na sede do Movimento Pela Paz na Periferia (MP3) para discutirem planos de ajuda para esses imigrantes.
A Arquidiocese de Teresina, através das Pastorais do Migrante e do Povo de Rua, tem se dedicado diretamente na acolhida dos venezuelanos que chegam a capital, como afirma o coordenador da Pastoral de Rua, padre João Paulo. “Até o momento, três grupos chegaram aqui, em períodos diferentes e ficaram alojados em locais distintos. Os primeiros imigrantes foram acolhidos pelo MP3, logo em seguida chegou um outro grupo com mais de 30 pessoas, que estão em um espaço cedido por uma voluntária da Pastoral do Povo de Rua e outro grupo está no KM 7, mantido pela Prefeitura de Teresina”, pontua o padre.
O grupo MP3 é responsável por um abrigo que fica localizado no bairro Poty Velho. Para o coordenador do movimento, Francisco Júnior, são várias as dificuldades encontradas para garantir uma assistência digna aos venezuelanos. “Entre esses imigrantes, nós temos um grande número de crianças doentes, adolescentes e mulheres. O poder público participa das reuniões mas não se envolve diretamente. O espaço que nós temos é desumano para quase 150 pessoas. Nós esperamos que o poder público cumpra a sua parte”, afirma.
Um dos espaços de acolhimento para os imigrantes foi doado pela empreendedora Nely Xavier, que é voluntária na Pastoral do Povo de Rua. Ela cedeu uma casa que fica localizada no bairro Mocambinho. O espaço conta com dois cômodos e abriga 32 pessoas, mas ainda não é o suficiente para a quantidade de venezuelanos acolhidos. “O que a gente pretende, é encontrar um outro local em que eles possam ficar mais dignamente, porque onde eles estão é um local improvisado, para não terem que ficar no meio da rua ou em praças públicas”, ressalta padre João Paulo.
Além da acolhida, a Pastoral do Povo de Rua fornece diariamente toda a alimentação para os venezuelanos, através de uma parceria da Arquidiocese de Teresina com a Secretaria de Assistência Social e Cidade do Estado (Sasc). Até o momento, não há previsão de um lugar formal para esses imigrantes.
Por Ana Paula Lima