O Papa Francisco começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta. Na homilia desta segunda-feira, 26, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, onde há um contraste entre ricos e pobres. “[Jesus] sabia que por trás das riquezas havia sempre o espírito maligno: o senhor do mundo. Por isso, disse uma vez: Não se pode servir a dois senhores, servir a Deus e servir às riquezas”, alertou.
Também no Evangelho de hoje o Santo Padre ressaltou o contraste entre os ricos que depositavam ofertas no tesouro e uma viúva pobre que depositava duas pequenas moedas. “Esses ricos são diferentes do rico Epulão: não são maus. Parecem ser pessoas boas que vão ao Templo dar uma oferta. Trata-se, portanto, de um contraste diferente. O Senhor quer nos dizer outra coisa quando afirma que a viúva lançou mais do que todos porque deu tudo quanto tinha para viver”, observou.
“A viúva, o órfão, o migrante, o estrangeiro eram os mais pobres na vida de Israel, a ponto que quando se queria falar dos mais pobres, se fazia referência a eles. Esta mulher deu o pouco que tinha para viver porque confiava em Deus, era uma mulher das bem-aventuranças, era muito generosa: dá tudo porque o Senhor é mais que tudo. A mensagem deste trecho do Evangelho é um convite à generosidade”, evidenciou o Papa.
Diante das estatísticas da pobreza no mundo, noticiadas pelos telejornais e jornais, o Pontífice afirmou: “É uma atitude positiva questionar-se: ‘Mas como posso resolver isto?’”. É de questionamentos como esses, que o Santo Padre atribuiu o nascimento da preocupação de fazer o bem. Segundo Francisco, quando uma pessoa que tem pouco dinheiro se pergunta se o pouco que tem serve, ela se assemelha à viúva do Evangelho, que oferta as duas pequenas moedas que tem.
“Um chamado à generosidade. E a generosidade é uma coisa de todos os dias, é uma coisa que nós devemos pensar: como posso ser mais generoso com os pobres, com os necessitados… como posso ajudar mais? ‘mas o senhor sabe, padre, que nós mal chegamos ao final do mês’ – mas sobra alguma pequena moeda? Pense: é possível ser generoso com estas”, reforçou o Pontífice.
Francisco convidou os fiéis a olharem seus armários e observar quantas roupas, sapatos, calças têm e, se tiverem estes itens em demasia, para doarem a metade. “Quantas roupas que não uso ou uso uma vez por ano? É um modo de ser generoso, de dar o que temos, de compartilhar”, conscientizou. Depois, Francisco contou que conheceu uma senhora que quando fazia compras no supermercado, sempre comprava para os pobres 10% do que gastava: dava o “dízimo” aos pobres, destacou.
“Nós podemos fazer milagres com a generosidade. A generosidade das pequenas coisas, poucas coisas. Talvez não fazemos isso porque não pensamos. A mensagem do Evangelho nos faz pensar: como posso ser mais generoso? Um pouco mais, não muito… ‘É verdade, padre, é assim, mas… não sei porque, mas sempre há o medo…’”, comentou o Papa, que em seguida alertou: “Há outra doença, que é a doença contra a generosidade hoje: a doença do consumismo”.
Segundo o Pontífice, o consumismo é a doença que consiste em comprar sempre coisas, e adjetivou: “É uma doença séria!”. Gastar mais do que se precisa é, de acordo com Francisco, uma falta de austeridade de vida, é colocar-se contra a generosidade. Em contrapartida, o Santo Padre reforçou o valor da generosidade material: “Pensar nos pobres, isso posso dar para que possam comer, para que se vistam. Essas coisas, tem outra consequência: alarga o coração e o leva à magnanimidade”, reforçou.
Concluindo, o Papa exortou os fiéis a percorrerem o caminho da generosidade, iniciando com um controle em casa, isto é, pensando naquilo que não os serve, e que servirá a outra pessoa. “É preciso pedir ao Senhor para que nos liberte daquele mal tão perigoso que é o consumismo, que torna escravos, uma dependência do gastar. É uma doença psiquiátrica. Peçamos esta graça ao Senhor: a generosidade, que alarga o nosso coração e nos leva à magnanimidade”, finalizou
Fonte: Site da Canção Nova