“Alegria, oração e gratidão” são os três comportamentos indicados pelo Papa Francisco no Angelus deste domingo, 17. Para viver o Natal de modo autêntico, o Santo Padre convidou os cristãos, neste terceiro Domingo do Advento, a acolherem o espírito do Natal, que é a alegria.
Segundo o Papa, a liturgia dos últimos domingos suscitou uma postura de vigilância e de preparação para o caminho do Senhor, enquanto este domingo, o “domingo da alegria”, como é chamado, pede três comportamentos que são, na verdade, convites de São Paulo.
O primeiro, definido por Francisco como “alegria constante”, é um chamado a permanecer sempre na alegria, mesmo quando as coisas não acontecem segundo desejos próprios, tendo sempre em mente que a alegria profunda leva a paz.
“As angústias, as dificuldades e os sofrimentos atravessam a vida de cada um, todos nós as conhecemos; e tantas vezes a realidade que nos circunda parece ser inóspita e árida, semelhante a um deserto (…). Mas precisamente as palavras de [João] Batista revelam que a nossa alegria se baseia em uma certeza de que este deserto é habitado: ‘mas no meio de vocês – diz – está quem vós não conheceis’”, afirmou o Santo Padre.
Segundo o pontífice, Jesus, o enviado do Pai, vem – como sublinha Isaías – para levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade, e proclamar um ano de graças. A missão do Senhor no mundo, é de acordo com o Papa, a libertação do pecado e das escravidões pessoais e sociais que ele produz.
A alegria caracteriza a espera do Messias, segundo Francisco, e a oração perseverante o estabelecimento de uma relação estável com Deus, que é a fonte da verdadeira alegria. “A alegria do cristão não se compra: não pode ser comprada; vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão de nossa felicidade. E quanto mais estivermos arraigados em Cristo, quanto mais estivermos próximos a Jesus, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo em meio às contradições cotidianas”, afirmou.
De acordo com o Papa, o cristão que encontrou Jesus não pode ser um profeta do infortúnio, mas uma testemunha e um arauto da alegria. Uma alegria a ser compartilhada com os outros; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida.
O terceiro comportamento indicado por Paulo é apontado pelo pontífice como “ação de graças”, ou seja, o amor agradecido a Deus. “Ele, de fato, é muito generoso conosco, e nós somos enviados a reconhecer sempre seus benefícios, o seu amor misericordioso, a sua paciência e bondade, vivendo assim em um incessante agradecimento”, suscitou.
Ao final do Angelus, Francisco fez com que todos os fiéis presentes na Praça São Pedro repetissem constantemente os três convites de São Paulo – “alegria, oração e gratidão” -, e encerrou pedindo a intercessão da Virgem Maria, adjetivada como causa de alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque envia os fiéis continuamente a Ele.
Por Vera Alice Brandão