A Federação Norte e Nordeste de Comunidades Terapêuticas – FENNOCT congrega e capacita as comunidades terapêuticas para fortalecerem as políticas públicas de atendimento aos dependentes químicos nas duas regiões do país. Na manhã desta segunda-feira (13) um workshop reuniu a maioria das comunidades terapêuticas do Piauí no auditório Monsenhor Mateus, no Centro Pastoral Paulo VI. Na ocasião, os representantes das instituições tiveram a oportunidade de apresentar as ações que desenvolvem para combater a dependência química.
Participaram do momento membros das Comunidades Terapêuticas credenciadas junto a FENNOCT e também representantes de órgãos públicos que são responsáveis pela elaboração de políticas públicas contra as drogas. Também marcaram presença o Prefeito de Teresina, Firmino Filho, o Secretário Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas, Samuel Silveira além do Coordenador Estadual de Enfrentamento às Drogas, Sâmio Falcão Mendes.
A Comunidade Terapêutica Padre Pio, uma das instituições que atua nessa rede de atendimento e responsável pela organização do momento, aproveitou a oportunidade para ampliar as discussões. Roberto Nacimento é o administrador da casa e evidenciou que a questão da dependência química e do álcool permeia praticamente todas as ações no contexto da assistência social, seja na perspectiva preventiva ou de tratamento. “Então sempre, de alguma forma, depara-se com a problemática das drogas e do álcool, de forma direta ou indireta”.
As discussões ainda se ampliaram para as participações do público presente na certeza de que a dependência química pode ser assim chamada, pois abarca o uso de todos os tipos de substâncias psicoativas, ou seja, qualquer droga que altera o comportamento e que possa causar dependência como álcool, maconha, cocaína, crack, dentre outras.
A Organização Mundial de Saúde reconhece a dependência química como doença, porque há alteração da estrutura e no funcionamento normal da pessoa, sendo-lhe prejudicial. Não tem causa única, mas é produto de uma série de fatores (físicos, emocionais, psíquicos e sociais) que atuam ao mesmo tempo, sendo que às vezes, uns são mais predominantes naquela pessoa específica, do que em outras. Atinge o ser humano nas suas três dimensões básicas (biológica, psíquica e espiritual), e atualmente, é reconhecida como uma séria questão social, na medida em que atinge o mundo inteiro, em todas as classes sociais.
E foi essa a abordagem feita por Célio Barbosa que é o Coordenador da Fazenda da Paz, uma das casas de recuperação referência em tratamento terapêutico no Brasil.
“Sem o tratamento adequado, a dependência química tende a piorar cada vez mais com o passar do tempo, levando a pessoa a uma destruição gradativa de si mesma, atingindo sua vida pessoal, familiar, profissional e social”, disse Célio.
E é em meio a esse quadro, que surgem as instituições junto à sociedade civil, dispostas a desenvolver um trabalho de assistência e tratamento a dependentes químicos. “Por isso, precisamos e contamos com o apoio da sociedade e de órgãos públicos competentes. As formas de atendimento a essa população específica devem variar de acordo com a visão de mundo e perspectiva política, ideológica e religiosa dos diferentes grupos”, acrescentou.
A 5ª edição do Workshop das Comunidades Terapêuticas serviu ainda para evidenciar como funciona de fato uma comunidade e também chamar a atenção da sociedade para a problemática das drogas, desta forma, mobilizando as autoridades, para em parceria, atuarem no combate a esta enfermidade.
Por Vera Alice Brandão