A identidade católica no meio universitário foi o tema central da terceira edição da Jornada Universitária Católica. O momento foi proporcionado pela Igreja Católica no intuito de apresentar a importância da fé e da ciência caminharem juntas no ambiente acadêmico, gerando reflexões que garantam crescimento intelectual e espiritual. A Jornada foi realizada na Faculdade Santo Agostinho e organizada pela Pastoral Universitária Arquidiocesana e teve como público alvo não somente alunos, mas também professores das instituições de ensino superior do Estado.
A professora do curso de Sociologia da Universidade Federal do Piauí, Ana Beatriz Seraine, é uma das fundadoras da Pastoral em Teresina, e disse que esses encontros são valiosos para a compreensão da fé no meio acadêmico. “Antes de ser socióloga, eu sou católica e a presença acolhedora nas universidades, pelos professores, contribui com a busca de valores cristãos e éticos para a vivência do nosso dia a dia. O nosso testemunho impulsiona a a construção de uma sociedade mais sólida. O debate dentro de sala de aula é uma oportunidade de demonstrar que ser cristão não é incompatível com o meio acadêmico. Somos cientistas e produzimos, mas somos católicos!”, enfatizou a professora.
O evento contou a presença de cerca de 300 participantes de diferentes instituições de ensino superior de Teresina e foi acompanhado de perto por dom Jacinto Brito, que declarou grande satisfação em ver o envolvimento pastoral no mundo universitário. “Meu coração bateu forte quando percebi a diversidade das instituições aqui presentes. É isso mesmo que nós desejamos! Não pensamos de uma maneira totalitária, pensamos de uma maneira mais humilde e evangélica, com células, fermentos e sinais que vão sinalizando. Mas precisamos dar saltos maiores! Por isso estamos aqui para dialogarmos”, explicou o arcebispo.
Fátima Portela cursa psicologia na FSA e afirmou que participar do momento, engrandece a sua fé e o seu testemunho cristão na faculdade. “Somos convidados a embarcar nesse universo rico em tantas teorias e filosofias do campo de conhecimento científico, dito como verdadeiro. Por isso eu percebo que temos que embarcar preparados, firmes e seguros em nossa fé e, acima de tudo, enraizados com Jesus Cristo, nesse caminho que nos leva a fazer uma reflexão dos conceitos para a construção de uma nova visão de mundo. É importantíssima a presença da Igreja no ambiente acadêmico, no mundo do jovem curioso por um caminho, por uma verdade, por um lugar mais perto de Deus”, relatou a acadêmica.
A terceira Jornada Universitária Católica, contou com palestras e testemunhos no período da manhã, e oficinas com temas variados no turno da tarde. Kleiton Fernandes, coordenador da Pastoral Universitária Arquidiocesana, avaliou o evento de forma positiva . “É possível sentir, de fato, o efeito da Jornada, quando percebemos o interesse de muitos jovens em inserir na sua universidade esse projeto pastoral ”, afirmou Kleiton.
A Jornada tem como patrono o beato Paulo VI. Na opinião de Dom Jacinto Brito, o exemplo deste grande homem faz como que a Pastoral Universitária tenha um alcance ainda maior. “Paulo VI era filho de professor universitário, fez três faculdades e foi apaixonado pelos universitários. Depois foi convocado para ser diretor espiritual de toda a juventude universitária católica da Itália e quando o fascismo pressionou a Igreja, em relação ao pensamento mais livre, proibindo reuniões e encontros de diálogo, ele foi capaz de se reunir com essa juventude em pontes, praças e canteiros daquela região, de modo disfarçado. Ele dedicava noites e fins de semana aqueles universitários. Foi um homem que, embora vindo do século passado, conseguiu dialogar com o mundo moderno”, afirmou o arcebispo.
Por Liana Nunes