Uma grande quantidade de fiéis da paróquia Santuário Nossa Senhora da Paz e de outras paróquias da Forania Sul I participaram, neste domingo (21), da XVI Romaria da Paz. O momento arquidiocesano abordou nessa edição a temática ‘Paz é cultivar e guardar a criação’. Era por volta de 15:30h quando a comunidade já chegava na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Redenção. A casa do pai foi o ponto de saída da romaria que tinha como destino final o Santuário, localizado na Vila da Paz.
Antônio Dias é integrante do terço dos homens da comunidade e estava feliz por compartilhar o momento. Segurando um banner com a imagem de Nossa Senhora, ele ressaltou que a motivação para estar no meio dos irmãos era a certeza de que só é possível viver a paz em comunidade. “Não existe paz de forma isolada. A paz é um sentimento coletivo, e nosso Senhor tem esse poder, de unir os irmãos e interceder pela paz. Por isso estamos aqui hoje. Unidos em oração e juntos clamamos por esse sentimento que edifica não só o homem, mas as suas famílias. Se eu tenho paz, a minha comunidade tem e a minha família também. Eu posso ser paz e levá-la para onde quer que eu vá. Se você atinge esse ideal é natural que o meio onde está inserido também compartilhe desse sentimento”, pontuou.
Ainda na concentração o pároco do Santuário, padre Antônio Barbosa, fez questão de valorizar a importância daquele que, ainda no ano 2001, foi o idealizador do momento que este ano chegou à 16ª edição. “Padre Pedro Balzi foi o pioneiro. Foi ele quem formatou e, junto com a comunidade, foi o precursor da busca pela paz em nossa comunidade. Portanto quem está aqui hoje, está a convite dele, que tanto fez por nós e que de onde está agora nos motiva a continuar essa trajetória dedicada à vivência em comunidade e no seio da nossa Igreja”, afirmou o pároco.
A primeira edição da Romaria surgiu do desejo do sacerdote que questionou: o porquê de não celebrar a paz na comunidade que leva esse mesmo nome? No ano de 2011 a Campanha da Fraternidade trouxe como tema: “Vida sim, drogas não”. A partir dessa reflexão e inspirado pela abordagem da CF, isso se repetiu ao longo de todas as edições seguintes.
E já era por volta de 17:00h quando a Romaria teve início e a imagem de Nossa Senhora da Paz foi erguida. Um carro de som seguia a procissão pelo percurso ao som de músicas católicas que enfocavam a paz. Membros da comunidade também tiveram a oportunidade de utilizar o microfone para compartilhar mensagens e orações com pedidos de paz. Uma viatura da Superintendência De Trânsito deu apoio na segurança dos peregrinos , desviando o trânsito na área.
Entre os objetivos da Romaria está o de promover a paz na região e suscitar nas autoridades constituídas esse desejo, através da elaboração e implantação de projetos que apoiem e incentivem a construção da paz.
Durante o percurso, foi possível admirar a criatividade e o trabalho de integrantes das comunidades que vestiram crianças e adultos com roupas que representavam diferentes imagens de Nossa Senhora, da Sagrada Família e de anjos.
“Estou admirada. Tive que chegar perto para testemunhar Nossa Senhora de Fátima. Sou devota e não contive as lágrimas. Ela me ajudou a alcançar uma graça no restabelecimento da saúde de um irmão. Esse foi um momento emocionante. A romaria está linda. Deus é grande e é Ele que nos proporciona momentos como esse, de tamanha graça”, emocionou-se a paroquiana Maria de Lourdes que participou da Romaria ao lado do filho.
Já era por volta de 19h quando os fiéis chegaram à Igreja Matriz do Santuário da Paz onde foi celebrada a missa. Na homilia, Dom Jacinto lembrou de Jesus que, no meio da violência, reagiu com paz e não com violência e que esse deveria ser o exemplo maior na busca pela paz da comunidade.
“Mesmo no alto da cruz, as provocações não faltaram para o Senhor e, ainda assim, Ele respondeu com paz. E o atual cenário não é diferente. Recordo-me do testemunho de uma mãe que lamentava o fato de seu filho ter entrado no mundo das drogas. E eu me lembro de um homem da justiça, um promotor dizendo que só há duas portas para quem escolhe esse caminho: a cadeia ou o cemitério. Mas, nós preferimos apontar esta porta, a porta do Santuário. Porque sabemos que aqui podemos encontrar a Palavra que acalma nosso coração e ao mesmo tempo muda o nosso modo de pensar. Penitência quer dizer mudança de mentalidade. E de fato a paz cuida do terreno do nosso próprio coração e se nós não mudarmos as nossas atitudes e sentimentos, como vamos ajudar a mudar a família e a sociedade? Como tantas pessoas se comovem diante do sofrimento de Jesus Cristo amarrado chicoteado, mas quando ver uma pessoa humana vítima de uma cena de violência ainda diz que é pouco. Olhem, enquanto tivermos esse sentimento, não adianta fazer caminhada da paz. Temos é que pedir: meu Deus me dê sentimentos de paz!”, disse o arcebispo.
Por Vera Alice Brandão