O Santo Sudário de Turim foi um dos temas abordados por Dom Jacinto Brito no quadro Palavra do Pastor do programa Em Tuas mãos. Trata-se de um grande lençol que mede 4,32m de cumprimento e 1.10m de largura que, de acordo com o Arcebispo, a Igreja enxerga como uma relíquia preciosa.
Ele relata que no ano 2000 esteve em Turim, na Itália, na Igreja que abriga o santo sudário e viu de perto o tecido. “Aquele lençol que José de Arimateia trouxe, de linho, em forma de espinha de peixe, tem características muito especiais. A história é longa e começa em Jerusalém. De acordo com pesquisas, passou por Esmirna e também esteve em Constantinopla. Após esta etapa ficou por um período sem que possamos saber o destino e voltou a reaparecer na França, no século XVIII. E já faz anos que ele está numa Igreja em Turim. Foi dado à Igreja, através da pessoa do Papa João Paulo II. Até então pertencia a uma família real europeia e, já que é uma grande relíquia, devia mesmo estar na mão da Igreja”, atesta.
Mas o fato é que o vulto do rosto do homem do sudário tem impressionado gerações. Hoje é objeto de estudos e pesquisas lideradas por cristãos e não cristãos, inclusive ateus e também judeus . “Eles querem estudar o sudário e desejam desmascarar esta ideia mística e poética dos cristãos. Mas sabemos que ao iniciarem os estudos muitos se apaixonam e não querem mais abandonar o estudo”, afirma Dom Jacinto.
E a pergunta persiste: Quem é o homem que estava envolvido por este lençol? De acordo com nosso arcebispo, encontramos uma longa tradição que afirma ser do próprio Jesus e há características muito fortes de coisas sobrenaturais envolvendo o lençol. A curiosidade dos cientistas e, mesmo do homem comum, se aguçou a partir de 1898. “A máquina fotográfica tinha sido descoberta e um homem chamado Secondo Pia, grande fotógrafo da época, passou a insistir junto a Igreja para ser autorizado a fotografar o santo sudário e a permissão foi dada”, explica. O fotógrafo montou andaimes fez os registros e já em laboratório para analisar e revelar a foto, veio a surpresa que ninguém até hoje conseguiu explicar: o fotógrafo viu que a imagem da chapa era muito mais nítida e compreensível do que se via diretamente no sudário. O processo de revelação normalmente se dá do negativo para o positivo e, no caso em questão, se deu na forma negativa, sendo portanto, invertido.
Após essa atestação o profissional teria ficado desconcertado e sentiu a necessidade de repetir a experiência “e mais uma vez, a experiência acontece no processo negativo. Então dá-se início ao surgimento de pesquisas e de características singulares que resistem aos questionamentos”, afirma Dom Jacinto.
São muitos os que creem que o lençol envolveu o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo na tarde da sexta-feira santa e que ficou sozinho no sepulcro na manhã do domingo de Páscoa . De acordo com o Arcebispo , pesquisas confirmam que o tecido não foi pintado. “Já analisaram que não foi tingido com material, seja do reino vegetal, animal e mineral. Trata-se de manchas de sangue humano. Inclusive o sangue é AB, tipo mais comum entre os judeus”, completa.
Os trabalhos científicos se estendem para inúmeras confirmações. Segundo ele, as pesquisas atestam que a imagem no lençol revelou a figura do homem do sudário e não se vê sinais de retirada do lençol, mais sim como se fosse uma borboleta saindo do casulo, como se saísse ileso e isso é comprovado cientificamente”, explica.
São, portanto, muitas as características que se assemelham ao que retrata os Evangelhos. Dom Jacinto elenca outro exemplo, como a coroa de espinhos. “No homem do sudário encontramos as marcas da coroa de espinho, além do lugar por trás da região da cabeça que coincidia com o lugar que ele segurava a cruz, é uma chaga só por causa dos espinhos. Na região do ombro estava a cruz e tem chagado mais profunda e isso se confirma no Santo Sudário”, afirma o Arcebispo.
Os Evangelhos dizem que para comprovar que estava morto, há a citação do coração ferido pela lança. A crucificação foi no pulso e o homem do Sudário está crucificado assim com as marcas dos pregos. Está também com uma perna enrijecida pelo movimento que estava na cruz, um pé sobre o outro, e as costas trazem as marcas da flagelação. “Os cientistas já descobriram até a altura dos dois homens que chicotearam. Um deles era canhoto , pois coincide as marcas dos flagelos com aquilo que eles utilizavam. Essa atestação também foi feita através de pesquisas no lençol. E , como diz o arcebispo, “são tantas as coincidências entre o que Evangelho nos conta e o que o sudário nos mostra que a cada dia surgem novas abordagens, como um ramo dos cientistas que se dedicam à questão da flora. É do conhecimento geral que o pólen das flores adere aos tecidos. E foi descoberto que no tecido do sudário tem o pólen de uma flor que só desabrocha no tempo da Páscoa e naquela região próxima de Jerusalém. Então é mais um fator para dizer: será que verdadeiramente este lençol é aquele que envolveu o corpo de Jesus?” indaga.
O fato é que a pergunta continua, mas como disse Dom jacinto, “a Igreja olha para ele como uma preciosa relíquia e se lembra que todo aquele sofrimento foi em vista da nossa salvação”, finaliza.
Por Vera Alice Brandão