O projeto Irmã Dulce beneficia famílias carentes da zona norte de Teresina e é um espelho da obra da primeira santa católica nascida no Brasil, que deixou uma marca nos serviços de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. A inspiração na santa que, ainda na juventude, lotava a casa dos pais acolhendo doentes, é hoje porta aberta para centenas de pessoas que contam com atendimento gratuito de saúde.
O projeto Irmã Dulce é um trabalho missionário e de cunho social, que ajuda a transformar a realidade das comunidades de baixa renda que estão inseridas na área de atendimento da paróquia Santíssima Trindade, e que tem como Pároco o padre Nilton Pereira. A ação evangelizadora oferta saúde e acolhimento espiritual, além de doações de alimentos, remédios e serviços.
Para o idealizador da iniciativa, a inspiração também teve motivação nas experiências dele quando viveu por 10 anos nas ruas da maior metrópole do País: a cidade de São Paulo. “Essa é uma obra de Deus voltada para a promoção da dignidade humana. Enquanto vivenciei essa experiência de viver na rua, surgiram muitos questionamentos e um deles era o porquê dos pobres não terem atendimento de saúde digno e de qualidade. Eram muitas as insatisfações quanto à estrutura na área de saúde disponível aos irmãos mais carentes”, relembra.
Para padre Nilton, o tratamento desumano e “de qualquer jeito e em qualquer lugar” motivaram a tornar realidade o trabalho de assistência social que já tem 5 anos focado no cuidado com a saúde dos moradores das comunidades da região que abrange as áreas das paróquias Imaculada Conceição, Nossa Senhora da Esperança, São Manuel e Santa Helena, além da Matriz, Santíssima Trindade.
São mais de 100 profissionais nas especialidades de psicologia, clínica geral, pediatria, neurologia, oftalmologia, odontologia entre outras áreas que atuam no atendimento à comunidade. Tudo gratuito. “Além dos atendimentos em diferentes áreas de saúde, as famílias recebem ainda doação de alimentos. Desta forma a obra de Deus se torna maior no atendimento aos filhos do Pai que possuem muitas necessidades”, explica Maria Lélis, coordenadora do Projeto Irmã Dulce.
Shirley Albuquerque é psicóloga e também atua no projeto há mais de um ano. A profissional reforça que o prazer de servir ao próximo é a maior motivação para o trabalho de doação. “Conheci o projeto através do padre Nilton. Atendo crianças e adolescentes. São cerca de oito atendimentos em cada plantão e como sempre fui engajada em campanhas me sinto feliz por poder contribuir com da saúde daqueles mais carentes. Inicialmente me encantei com o nome do projeto porque conheço e admiro a história da Santa Irmã Dulce. Sabemos que esse nome é sinônimo de caridade e amor ao próximo”, se alegra.
Os números de atendimentos do projeto são motivo de alegria também. Hoje cerca de 150 pessoas são atendidas por semana e para ser beneficiado com os serviços da ação social é necessário que o público tenha um perfil específico como: a família ter renda per capita de R$ 70,00 (setenta reais) e as famílias precisam ter crianças de zero a dez anos de idade ou idosos; Padre Nilton ressalta que o projeto tem como pilar o alimento espiritual, responsável por fortalecer a fé dos beneficiados.
“Minha missão principal no projeto é ajudar os filhos de Deus a reconhecer o valor do Pai. Quando iniciamos tínhamos uma equipe que visitava as famílias e via as necessidades espirituais de cada uma. Com o tempo assumi essa missão e acompanho cada filho. Não importa a religião. Eu tento de fato mostrar que Deus é a força maior que podemos ter para superar os obstáculos. Por isso acredito que não basta o zelo pelo corpo, a minha grande responsabilidade é cuidar da alma”, explica o padre.
Para aqueles que desejam se somar a esta obra o projeto recebe doações de cestas básicas e está de portas abertas para profissionais da saúde que querem colaborar de forma voluntária com a melhoria da saúde do próximo. Hoje o projeto conta com parceiros como laboratórios, clínicas e óticas que compartilham dos seus serviços e produtos com os irmãos carentes. “A área de contribuição é muito ampla. Queremos mesmo é que as pessoas se inspirem no exemplo de Irmã Dulce e sejam tocadas pelo seu amor que sempre olhou o próximo como irmão”, finaliza ele.
Telefone da paróquia Santíssima Trindade: (86) 3222-3750.
Por Vera Alice Brandão
Com informações de Lívio Galeno