A Pastoral Carcerária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou entre os dias 25 e 27, no Centro Cultural de Brasília, a Assembleia Nacional que ocorre a cada dois anos. O encontro reuniu membros da coordenação nacional, dos Estados e do Distrito Federal.
A vasta programação se estendeu a um momento de discussão na Câmara dos Deputados marcado por audiência que tratou da realidade prisional no Brasil e as propostas pelo desencarceramento e desmilitarização. Com o objetivo de reafirmar os compromissos e objetivos da Pastoral na defesa da dignidade humana, participaram da assembleia na Câmara dos Deputados o padre Valdir João Silveira, que é coordenador nacional da Pastoral Carcerária – CNBB, o deputado federal Paulo Teixeira, Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, além de Mara Barreto, diretora da Escola Nacional de Serviços Penitenciários do Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça- DEPEN.
“A Assembleia acontece a cada dois anos com o propósito de avaliar o agir da Pastoral no país, planejar ações e prestar contas das atividades feitas ao longo do biênio. Neste ano, teve como tema ‘O sonho de Deus, um mundo sem cárceres’; e lema ‘Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres’ (Gálatas 5,1)”, explica o diácono Paulo Weidson que participou do encontro representando a Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Teresina.
Os representantes da Pastoral em 22 estados e no Distrito Federal refletiram de modo especial sobre como a Pastoral vivenciou o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, e as permanentes mobilizações para a garantia da plena justiça social e da luta pelo desencarceramento, tendo como diretrizes as exortações feitas pelo Papa Francisco ao longo deste jubileu e as propostas da Agenda Nacional pelo Desencarceramento, elaborada pela Pastoral Carcerária e outras entidades que atuam na defesa dos direitos humanos.
Ainda de acordo com o diácono Paulo Weidson, as mazelas recorrentes do sistema prisional brasileiro foram o foco na assembleia . “Isso propiciou um momento de reflexão sobre a conjuntura política e o sistema prisional. Nesse sentido, também houve um momento para partilha de percepções a respeito da audiência pública”, reforça.
Com trabalhos iniciados sempre com missa durante todos os dias, a assembleia também foi um momento para definir as datas das assembleias estaduais da Pastoral em 2017. “Principalmente para pensarmos juntos as ações da Pastoral a serem realizadas no próximo ano, tendo em vista pautas comuns à Igreja no Brasil, como o Ano Nacional Mariano, e questões peculiares ao universo prisional, como a comemoração dos 20 anos da Campanha da Fraternidade de 1997, que teve por tema ‘A Fraternidade e os Encarcerados’, e os 25 anos do Massacre do Carandiru de 1992”, finaliza.
Ao final do encontro foi elaborada a Carta de 2016 da Assembleia Pastoral Carcerária. A mesma está disponível no link abaixo:
file:///C:/Users/usuario/Downloads/DOC-20161127-WA0032.pdf
Por Vera Alice Brandão