“Deus chama e é necessário que haja alguém para responder esse chamado”. A frase é do Padre Anderson Fábio que hoje colabora com as formações no Discipulado São João Paulo II, casa de iniciação à vida sacerdotal da Arquidiocese de Teresina. O padre explica que as dúvidas e incertezas dos filhos de Deus não devem persistir, seja qual for a vocação: matrimonial, laical ou vida religiosa.
Mas e como perceber esse chamado que, segundo o Papa Francisco, “brota no coração”? Padre Anderson é taxativo: “A escolha sobre a vocação sempre encontra respostas . E ela vem de Deus, mas é importante que antes de pensar em qualquer tipo de vocação, purifiquemos a nossa finalidade. Às vezes queremos abraçar algo sem perceber a finalidade do chamado”, reflete.
Todos são chamados pelo batismo a ser santos e é comum e natural que os medos também apareçam. A vida do irmão acaba por ser tomada de incertezas e temores. É possível vencer esses medos?
“Purificando a nossa finalidade, pois é ela que ordena a nossa vida. Só a partir daí podemos escolher e optar por uma verdadeira vocação, daí a importância da oração. Quando conversamos com Deus, como diz o Evangelho de São Lucas, capitulo 11 versículo 9, pedi e vos será dado, não cabe dúvidas, uma hora a porta será aberta para aquele que bate”, atesta o padre.
Para ele, as escolhas devem vir depois de uma vida em oração. Afinal a vida é feita de escolhas e diante de toda escolha existem as renúncias. “Por exemplo, quem escolhe a vocação matrimonial está escolhendo fazer outra pessoa feliz. E isso só não se torna realidade quando essa mesma pessoa sempre quer em primeiro lugar, a própria felicidade e não a do outro. Quando eu luto pela felicidade do outro eu estou lutando pela minha felicidade também. Precisamos compreender que toda vocação é uma extensão da graça de Deus. Quando eu escolho ser padre, meu sacerdócio tem também como finalidade fazer as pessoas felizes”, afirma.
Portanto toda vocação é um chamado de Deus. E a nossa alegria é a certeza de que Deus nos dá a condição de vivê-la para que, por exemplo, o matrimonio não se torne um fardo. Devemos entender que o mesmo Deus que nos faz o chamado, vai também abrir portas, conduzir pelos caminhos da graça. “Você que nos lê deve ter a sensibilidade de ouvir Deus. O catecismo diz que Deus fala por meio da consciência. A nossa consciência é uma das formas de ouvir a Deus com o coração aberto. Deus conhece o seu coração e sabe das suas limitações. Ele é o mesmo Deus que conhece as suas virtudes. Os grandes homens e mulheres da bíblia só foram felizes quando disseram sim a Deus, então, a mensagem final é que não tenha medo de fazer escolhas. Quem tem medo nunca fará uma opção feliz, porque a vida é feita de escolhas”, finaliza o sacerdote.
Por Vera Alice Brandão