O domingo, dia 12 de junho, em Teresina, foi muito especial. Uma data que marcou a passagem de mais uma edição da Caminhada da Fraternidade, uma realização da Ação Social Arquidiocesana (Asa). A Avenida Frei Serafim, cartão postal da capital piauiense, foi tomada por milhares de pessoas vestidas de solidariedade, da cabeça aos pés.
A programação deu inicio às 7h, com santa missa, no adro da Igreja de São Benedito. O arcebispo metropolitano de Teresina, Dom Jacinto Brito, presidiu a celebração ao lado do arcebispo emérito Dom Miguel Fenelon, que durante seu episcopado, na Igreja de Teresina, foi responsável por grandes iniciativas sociais em prol dos mais necessitados.
Os fiéis chegaram cedo, antes da celebração, e durante a missa ouviram atentamente as palavras do pastor, que reforçou em sua homilia o quanto a Caminhada da Fraternidade é sinal da misericórdia de Deus. “Nós seremos bem-aventurados se estivermos à espera daqueles que necessitam da nossa misericórdia, de acolhimento e amor. A Caminhada há 21 anos nos dá esta certeza e nos convida a sermos cristãos preocupados com os irmãos. Rezar o terço todos os dias é importante, mas não podemos esquecer das ações em favor dos mais necessitados, esta é nossa missão”, pontuou Dom Jacinto Brito.
A cada ano a Caminhada da Fraternidade está em sintonia com a Campanha da Fraternidade e apresentou o tema “Nossa casa, nossa causa” com a proposta de levar a discussão do cuidado com a casa comum. A Campanha carrega os ensinamentos e convocação do Papa Francisco a partir da Encíclica Laudato Si, que nos convoca para o cuidado com o meio ambiente e a natureza. “O tema foi uma forma de nos reforçar a significância do zelo com a criação que Deus nos deu, que é um sinal vivo de compromisso e também um despertar para que façamos aquilo que está ao nosso alcance”, declara o arcebispo.
Caminhando em prol do cuidado com a “Mãe Terra: nossa casa, nossa causa”, os milhares de caminheiros também estamparam no rosto a alegria de ajudar os mais necessitados atendidos pelos projetos da Asa, beneficiados pela Caminhada. Em 2015, o evento também beneficiou projetos como Associação Divina Providência, Casa Frederico Ozanam, Abrigo São Lucas, Fundação Matheus Pereira e Fundação Maria Carvalho. Além deles, o Lar de Misericórdia e Lar da Fraternidade, entidades da Asa, tiveram suas despesas custeadas pelo evento.
Com a certeza que a venda dos kits (camisa, boné e mochila) é revestido para o bem de tantos piauienses, todos que foram para avenida exalavam a alegria de contribuir com este ato de solidariedade. Francílio Viana participa do evento desde a sétima edição junto com a família. “O sentimento de fraternidade, momento de compartilhar com os irmãos este momento único que nós temos em nossa cidade. Poderíamos estar em casa, mas estamos sempre na caminhada para ajudar as entidades mantidas pela Igreja, onde ajudamos tantas pessoas que necessitam da gente”, observa o caminheiro.
O percurso da Caminhada foi finalizado no Balão da Universidade Federal do Piauí, com apresentação do padre Jardel Moreira e Banda Os Filhos da Mãe. Com a chegada do destino o padre Tony Batista, vigário-geral da Arquidiocese de Teresina e presidente da Asa revelou toda a felicidade de concluir mais uma edição da Caminhada. “Hoje é um dia muito especial. Queremos entender este acontecimento da nossa Igreja de Teresina como um sinal da misericórdia de Deus para conosco. Tomemos as palavras dos apóstolos Paulo ‘Demos graças a Deus em todas as circunstâncias’. Hoje posso dizer que estou escandalosamente feliz na certeza de que o povo de Teresina é solidário e amo o próximo”, finaliza.
História Caminhada da Fraternidade
A Caminhada da Fraternidade nasceu no ano de 1995 como um dos gestos concretos na Arquidiocese de Teresina da Campanha da Fraternidade da CNBB sobre os excluídos, com o tema “A Fraternidade e os Excluídos” e como lema: “Eras tu, Senhor?”. O serviço no Lar da Fraternidade provocou a abertura de novos horizontes, pois já não era mais possível combater a discriminação apenas entre quatro paredes. O desafio exigia ousadia. Era preciso fazer com que a sociedade reconhecesse a imagem de Cristo na face do excluído.
Concebida como uma ação em solidariedade às pessoas vítimas do vírus HIV e do preconceito que passaram a ser acolhidas pelo Lar da Fraternidade, um espaço de vivência que presta atendimento especializado a pessoas portadoras do vírus Hiv/Aids, excluídas pela família ou reconhecidamente carentes, buscando colaborar com o aumento da auto-estima e com a reabilitação social e familiar dos internos(as).
A Caminhada da Fraternidade nasceu para dizer não ao preconceito e durante muitos anos reuniu milhares de pessoas nas principais ruas de Teresina em nome da solidariedade aos irmãos vítimas da Aids. Porém, com o crescimento do momento solidário, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) fez com que a Caminhada da Fraternidade abraçasse outras causas e outras pessoas também carentes da solidariedade humana.