Após o domingo de Páscoa a Igreja vive o Tempo Pascal. São sete semanas em que os fiéis são convidados a celebrar a presença de Jesus Cristo Ressuscitado. A Igreja intitula esse período como ‘Oitava de páscoa’ e o convite é para celebrar esses dias como se fosse um único dia com o objetivo de vivenciar melhor o tempo central da nossa fé: A ressurreição de Jesus Cristo.
De acordo com o Padre Anderson Fábio que integra o discipulado de São João Paulo II e pertence à diaconia São Francisco de Assis no bairro Angelim, “quarenta dias depois da Ressurreição Jesus teve a sua ascensão ao Céu, e ao final dos 49 dias enviou o Espírito Santo sobre a Igreja reunida no Cenáculo com a Virgem Maria. Esse é, portanto, o coroamento da Páscoa. O Espírito Santo dado à Igreja é o grande dom do Cristo glorioso”, explica.
Aos fiéis cabe a compreensão de que o Tempo Pascal compreende esses cinquenta dias (em grego = pentecostes), vividos e celebrados como um só dia. Padre Anderson cita o capítulo 12 no livro do Êxodo. “Lá está claro. Ela foi instituída num primeiro momento como a festa da libertação do povo de Deus no Egito, aquele povo que outrora estava escravo e agora vive um novo tempo”, explica.
Para os cristãos a partir de Jesus de Nazaré a fé das primeiras comunidades em Jesus Cristo nos convida a fazer da nossa vida uma contínua páscoa seguindo fielmente os passos de Jesus. “Afinal, Ele rompeu aquilo que outrora não se tinha como dar uma resposta definitiva. Jesus ofereceu sua morte na cruz. Por isso Páscoa significa passagem e Jesus ressuscitou ao terceiro dia para oferecer a todos nós aquilo que é a nova vida”, reforça o sacerdote.
Portanto vivenciamos neste momento a oitava da páscoa. Mas e qual o significado desse tempo litúrgico? Padre Anderson explica que a Oitava de páscoa tem missa própria. São sete semanas e não apenas no domingo, mas nos outros dias da semana através dos textos de atos dos Apóstolos e São João. “E devemos ainda neste tempo desejar feliz páscoa. Ela não se resume aos chocolates e ultrapassa o lado comercial”, esclarece.
E os 50 dias? O sacerdote cita Santo Atanásio que fez essa referência e chamava esses 50 dias de “o Grande Domingo”, no sentido de dizer que esse tempo nos preparará para a festa de Pentecostes. “ É o grande domingo. Tempo ainda de aguardo. Passamos pela ressurreição e agora vem a festa de pentecostes onde acontece a inauguração da Igreja primitiva com a descida do espírito santo sobre os apóstolos em Jerusalém”, afirma ele.
Aos fiéis e filhos de Deus cabe reforçar também que o tempo pascal segue até o domingo de pentecostes e nós como Igreja “devemos nos alegrar porque vivemos um tempo de exultação. Naquela semana que antecede a festa de pentecostes temos que assumir a bela atitude “de rezar pelos cristãos e pela nossa união. E claro que nada melhor do que o Espírito Santo para ser esse elo. Afinal, o grande Papa São João Paulo II já afirmava que o que nos une é Cristo Jesus”, finaliza.
Por Vera Alice Brandão