
Diferente do ano civil, que tem início no dia 1º de janeiro, o Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento, quatro semanas antes do Natal. Seu encerramento ocorre com a Solenidade de Cristo Rei, celebrada no último domingo antes do Advento do ano seguinte, geralmente no final de novembro.
Ao longo do Ano Litúrgico, a Igreja percorre um itinerário espiritual baseado nos mistérios da vida de Cristo. De acordo com o coordenador arquidiocesano do Setor de Liturgia, padre Genival Lima, o ano civil faz parte do cotidiano das pessoas e tem suas origens nas observações astronômicas dos povos antigos. Já o ano litúrgico, por sua vez, se baseia na experiência de fé da Igreja, tendo como centro o mistério pascal de Jesus. “O ano litúrgico ocupa um lugar central na nossa vida cristã, pois é a celebração dos mistérios de Cristo ao longo do tempo”, destaca.
Para organizar a proclamação da Palavra de Deus nas celebrações eucarísticas, e facilitar sua compreensão e aprofundamento, a Igreja estruturou um ciclo de leituras que se repete a cada três anos, denominados Ano A, Ano B e Ano C. “O Ano A tem como evangelista predominante São Mateus, o Ano B dá prioridade ao Evangelho de São Marcos, e no Ano C, que estamos vivenciando, o destaque é para o Evangelho de São Lucas. Já o Evangelho de São João, é reservado para momentos especiais da liturgia, como a Páscoa e o Natal”, explicou o sacerdote.
Como viver melhor os tempos litúrgicos?
Para aprofundar a espiritualidade, os fiéis são convidados a viver cada tempo litúrgico com consciência e participação ativa. A Igreja celebra três grandes ciclos: o Natal (que engloba o Advento e o tempo natalino), a Páscoa (compreendendo a Quaresma e o tempo pascal) e o Tempo Comum, que perpassa grande parte do ano.
“Cada período litúrgico tem sua própria espiritualidade e convida os fiéis a se aprofundarem no mistério celebrado. Dessa forma, a vivência da fé se torna mais autêntica e santificadora”, ressalta padre Genival.
O Ano C, que marca 2025, tem como principal referência o Evangelho de São Lucas, conhecido por enfatizar a misericórdia de Jesus e sua proximidade com os mais necessitados. Segundo o coordenador de Liturgia, este é um tempo propício para fortalecer o compromisso missionário da Igreja, levando a Palavra de Deus a todos.
“A cada três anos, os fiéis têm contato com as mesmas leituras bíblicas, criando uma relação de intimidade com a Palavra de Deus. O Ano C é um convite para viver a missão evangelizadora, seguindo o exemplo de Cristo que passou pelo mundo fazendo o bem”, conclui.