No último sábado (25), a Arquidiocese de Teresina promoveu a Formação Arquidiocesana da Campanha da Fraternidade 2025, reunindo diversos agentes de pastorais no auditório Paulo VI. O momento foi conduzido pelo padre José Enéas, que apresentou o texto-base da campanha. Este ano, o tema escolhido, “Fraternidade e Ecologia Integral”, destaca a importância do cuidado com a criação e da justiça socioambiental, inspirado no lema de Gênesis 1,31: “Deus viu que tudo era muito bom”.
O encontro reforçou a importância da eco-fraternidade, promovendo reflexões e ações práticas em defesa do meio ambiente. O diácono Gilberto Penha, coordenador arquidiocesano de Campanhas, alertou sobre o impacto das atividades humanas no meio ambiente e a urgência de mudanças. “O planeta está muito quente, e isso revela que ele está com febre, está ardente. É como uma infecção que precisa ser tratada. Cuidar da nossa casa comum é escolher o bem maior”, disse.
Ele também explicou que as ações da campanha envolvem todas as foranias, paróquias e pastorais, com iniciativas voltadas à arborização, alimentação consciente e preservação ambiental. “O cuidado com o meio ambiente deve ser integral, abrangendo tudo o que é necessário para a sobrevivência”, reforçou o diácono.
Padre José Enéas reforçou a conexão entre espiritualidade cristã e compromisso ambiental. Segundo ele, a Ecologia Integral, como proposta pelo Papa Francisco, exige que a fé cristã inspire ações concretas de cuidado com Deus, o próximo e a criação. “A fé nos insere na realidade. Ao rezarmos, nos conectamos a essa integralidade e fortalecemos nossa missão de cuidar da vida e do planeta”, afirmou.
O arcebispo de Teresina, Dom Juarez Marques também esteve presente, sublinhando a urgência do tema. Ele lembrou que esta é a nona Campanha da Fraternidade voltada à ecologia e destacou o chamado à conversão pessoal e comunitária. “Essa Campanha nos faz um forte convite à conversão, que se refletem em nossas atitudes com relação ao uso da natureza e da casa comum. Ou nos convertemos, ou comprometemos a vida agora e no futuro. Este é um tempo de reconciliação com Deus, com os outros e com a criação. Caminhemos com esperança”, pontuou.
Entre os participantes, a Irmã Deuselina Pereira Lima, da congregação Irmãs Ursulinas de Somasca, enfatizou que a mudança começa pelas pequenas ações no cotidiano. “Nas nossas ações educativas, ensinamos as crianças a evitarem jogar lixo no chão e a reduzir o uso de descartáveis. Na nossa comunidade, cada um traz seu copo ou garrafa para beber água. São mudanças simples que podem gerar um impacto maior no meio ambiente”, comentou.
Já Raimunda Carvalho, que integra as Pastorais da Acolhida e Catequese, destacou a necessidade de levar a temática às comunidades rurais, onde o cuidado com a terra é essencial. Segundo ela, essas comunidades têm um papel fundamental na preservação do solo e dos recursos naturais. “Precisamos educar sobre o plantio sustentável e o cuidado com os rios para garantir o futuro das próximas gerações”, concluiu a representante da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no bairro Angelim.
Ao final do evento, os participantes receberam sementes para plantio, simbolizando esperança e compromisso ambiental. Também foi apresentado o projeto “Verde Que Te Quero Verde”, idealizado pelo empresário Sílvio Leite, que distribuirá milhares de sementes para incentivar práticas de preservação nas paróquias, diaconias e áreas pastorais.