A ação evangelizadora da Igreja de Teresina tem passado por profundas transformações, especialmente após a pandemia, enfrentando desafios de um mundo cada vez mais urbano. Diversas iniciativas têm sido realizadas com foco na Iniciação à Vida Cristã (IVC), familiarizando os fiéis com termos e conceitos fundamentais, além de integrar as unidades pastorais da Arquidiocese.
Segundo o Padre Wagner Carvalho, Assessor da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, alguns dados são motivo de preocupação. De acordo com um portal da região, houve um declínio de 33% nos casamentos civis no Piauí nos últimos 10 anos. Este dado é alarmante, pois sugere que o número de casamentos religiosos também pode estar diminuindo.
Diante deste cenário, a Igreja tem se empenhado em adaptar suas estratégias evangelizadoras para responder aos novos desafios sociais e pessoais enfrentados pela comunidade. “Vivemos em um tempo em que o indivíduo está mais marcado pela solidão e pela falta de sentido da própria vida. É aí que entra a missão da Igreja. Precisamos ver a IVC como uma resposta a esses desafios pessoais, comunitários e sociais”, afirmou o sacerdote.
Ele também destacou que a IVC não se resume à preparação para os sacramentos, mas é um processo contínuo de formação que visa manter os fiéis engajados na comunidade. “Uma pessoa bem formada na comunidade é um discípulo de Cristo na sociedade, dando testemunho de vida”, explicou.
A autossustentação da missão da Igreja é outra temática amplamente discutida. Durante a 33ª Assembleia Regional de Pastoral, realizada no final do mês de junho, os participantes refletiram sobre como um cristão bem formado pode se tornar um dizimista consciente, contribuindo não apenas financeiramente, mas também como evangelizador. “O dízimo não é apenas um ato de oferta, mas uma expressão de gratidão e compromisso com a comunidade”, destacou.
O padre Wagner reconhece que a Igreja enfrenta uma crise de pertencimento, exacerbada pela cultura digital, e defende que a comunidade é essencial para superar essa frieza e distanciamento. Transformar essa mentalidade é um dos grandes desafios, mas com um trabalho contínuo de formação e envolvimento, a Igreja poderá renovar seu papel na vida dos fiéis, tornando-se um verdadeiro ponto de encontro e apoio.