Entre os dias 27 e 29 de outubro, a Associação dos Médicos Católicos de Teresina (AMCT) vivenciou o seu primeiro retiro, norteando debates e reflexões acerca do tema ‘Medicina e Santidade: meditações sobre o sacerdócio da vida’. Durante a programação, realizada no Centro de Treinamento Pe. Tony Batista, os profissionais participaram de meditações, Via Sacra, adoração e orações do Santo Terço, a fim de aprofundar a fé e o encontro com Cristo.
Desde a origem da Associação, em 2021, o retiro era idealizado como oportunidade de fortalecer a espiritualidade médica. Segundo o assistente eclesiástico e pregador do Retiro, padre Igor Torres, a realização do momento é um sonho que ao longo dos anos foi amadurecendo. “Os dias de recolhimento foram vividos com seriedade e profundidade. Penso que é um momento histórico e que agora pretendemos realizar anualmente. Tudo isto motiva nossa Associação a acreditar nas suas iniciativas, dentro do tripé formação, espiritualidade e testemunho”, ressalta o sacerdote.
O médico lida diariamente com a vigilância dos sinais vitais do seu paciente e zela sempre pela sua segurança. Para isso, faz uso de todos os seus sentidos físicos e se vale de aparelhos que o auxiliam neste cuidado aferindo aqueles outros sinais emitidos pelo paciente que não conseguem ser captados exclusivamente pelos sentidos. Nesse caso, o retiro espiritual surge como uma forma de monitorar o médico, funcionando como um aparelho diário que avalia os desvios da normalidade, os desvios da fisiologia da alma, além de dá a oportunidade na tomada de decisões e no ajuste das condutas de vida. Conforme exemplifica o médico Antônio José, é como se o médico fosse o paciente e Jesus o médico divino, ‘o remédio’.
Para o presidente da AMCT, o momento foi um convite ao autoexame, longe das rotinas atribuladas. “Foram três dias de muita oração e escuta da Palavra de Deus. Nós meditamos e refletimos sobre a vivência da santidade em nosso dia a dia, reconhecendo o cuidado do paciente como um dos nossos altares, além de entendermos mais da importância do testemunho médico, reforçando a sua relevância não apenas como profissional, mas como sacerdócio de vida”, explicou. Após o retiro, ele pretende retornar para sua rotina revigorado e mais atento à vontade de Deus: “amar a Ele e ao próximo como a nós mesmos”.
Já para o Dr. João Gustavo Sotero, coordenador de comunicação da Associação, participar do primeiro retiro foi um verdadeiro presente de Deus, principalmente por trazer reflexões sobre o “sacerdócio médico”, a religião e a prática da oração a partir disso. “Pude constatar que o Senhor nos deu um dom para ser usado em favor do próximo (considerando sempre que Jesus está no próximo). Ao mesmo tempo em que partilhamos experiências e entendemos que muitas vezes estamos em situações semelhantes”, disse o médico.
A partir das reflexões, os médicos compreenderam que a oração é a base de tudo e que o modelo de Cristo deve ser sempre utilizado nas práticas diárias, espalhando a boa nova entre os colegas.