Abrindo o mês estadual de combate à hansenise, e com o objetivo de conhecer a experiência vivenciada pelas pessoas atingidas pela hanseníase, desde o diagnóstico ao tratamento da doença, o Centro Maria Imaculada (CMI), serviço de atenção e saúde vinculado a Ação Social Arquidiocesana (ASA), promoverá um encontro para os amigos e familiares dos hansenianos na manhã da sexta-feira, dia 1º de setembro.
Segundo a coordenadora do CMI, Sara Moura, a proposta desse encontro surgiu pela necessidade de haver uma escuta, para entender um pouco mais sobre a experiência das pessoas acometidas pela hanseníase e de seus familiares ao receberem o diagnóstico.
“Muitas pessoas acreditam que essa doença não existe mais, o que acaba gerando um certo preconceito com aqueles que recebem o diagnóstico. Decidimos fazer esse momento para entender como esse grupo se sente em relação a essa doença que se não for tratada precocemente pode ter sequelas irreversíveis”, disse a coordenadora.
Sara revela que depois dessa escuta, o serviço passará a produzir um conteúdo específico destacando os principais dificuldades vivenciadas pelos familiares e amigos em relação ao prognóstico. De acordo com a coordenadora, esse projeto vai contribuir positivamente na forma em que outras ações serão conduzidas, principalmente em relação a pessoas que convivem com hansenianos.
Um serviço que transforma vidas
O encontro será voltado para a comunidade, a fim de que seja construído um folder com conceitos e informações novas que os familiares não tenham tido acesso durante o tratamento, conforme externa Leila, terapeuta ocupacional do serviço. “Esse folder vai ser feito de forma lúdica, como uma história em quadrinhos, onde os personagens sejam os pacientes”, pontua.
A ideia surgiu a partir de uma comissão formada por pacientes e profissionais do Centro, partindo das maiores necessidades dos hansenianos, buscando melhorar ainda mais a qualidade do serviço ofertado. “Eles colocaram as suas maiores necessidades em questão para que mais pessoas possam se envolver na causa”’, completa a terapeuta.
Paulo Rodrigues, um dos assistidos pelo serviço, diz que quando foi diagnosticado não sabia que existia um centro de referência no tratamento de pessoas com hanseníase. Quando chegou ao CMI, recebeu todos os cuidados médicos necessários, além de ter acesso a uma rede de apoio e escuta muito presente.
“Eu sou extremamente grato a todas as atividades que o centro oferece, sejam pelos momentos de conversa, pelos grupos de autocuidado e ajuda mútua, além da recepção que nos deixa a vontade para falar sobre tudo aquilo que estamos vivendo. Esse tipo de ação é indispensável para nós que estamos vivendo um momento como esse”, finaliza.