Na tarde da última quarta-feira (12), líderes dos movimentos de pastoral social e sindicais se reuniram no auditório da FETAG para a 1º Reunião Preparatória para o Grito dos Excluídos e Excluídas 2023, que acontece no mês de setembro. O momento foi realizado pelo Fórum de Pastorais Sociais da Arquidiocese de Teresina que todos os anos, se reúne neste ato público a fim de incentivar a reflexão a respeito de algum clamor do povo brasileiro.
Conforme externa a coordenadora do Conselho Arquidiocesano das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Teresina, Maria das Graças Ferreira, nos últimos anos o Grito dos Excluídos tem sido centrado ‘na vida em primeiro lugar’. “Quando vivemos em um país que é um dos maiores produtores de alimento, mas uma parcela significativa da população vive em situação de extrema fome, algo precisa ser feito. Precisamos reivindicar aos poderes constituídos o fim deste mal que afeta tantos e tantas”, destaca.
Segundo ela, não só os poderes devem ser acionados, mas a sociedade como um todo deve ir as ruas, alertar para que saiamos da acomodação. No contexto desse evento que já está em sua 29ª edição, é escolhida a data da Independência do Brasil para fazer esse clamor, já que um país independente deve oferecer condições melhores ao seu povo.
“É um ‘país independente’ onde nós não temos realmente uma independência. A produção de alimentos em larga escala não ajuda a alimentar seu próprio povo que morre de fome nas ruas. Enquanto houver pessoas excluídas em nosso Estado, nós não aceitaremos e iremos sempre gritar por justiça para que haja vida para todos”, completa a coordenadora.
A reunião convocou as instituições parceiras (Cáritas, CEBs, Pastorais Sociais e outras), para que o evento seja organizado em três momentos na semana da Pátria. No primeiro deles, será organizado uma coletiva de imprensa para apresentar a programação do evento. Em seguida, será realizado um encaminhamento para que sejam discutidas propostas na Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI). No último momento, que acontecerá nos dias 06 e 07 de setembro, as pessoas sairão às ruas para o ‘grito’ de uma independência real.
De acordo com Hidelbrando Pires, coordenador regional de Fórum das Pastorais Sociais, as pastorais surgem com o objetivo de servir e ouvir os clamores da sociedade, se organizando e propondo saídas para necessidades que precisam de uma maior atenção. “A igreja por missão anuncia a proposta de Jesus de Nazaré, mas ao mesmo tempo denuncia tudo aquilo que agride a vida das pessoas. Nesse sentido, a atuação nas pastorais é um campo muito forte de denúncia à dignidade da vida da nossa sociedade”, pontua.