Entre os dias 18 e 25 de junho, a Arquidiocese de Teresina promoveu a 33ª Semana do Migrante, que buscou debater fenômenos que atingem uma parcela significativa da população. Este ano, o evento teve como tema “Migração e Soberania Alimentar” e como lema “Para o Migrante, Pátria é a terra que lhe dá o Pão!”, discutindo questões importantes que visam a garantia de direitos básicos dos cidadãos.
No dia 18 de junho aconteceu a celebração de abertura na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro Alto da Ressurreição. Já no dia 19, segunda-feira, foi a vez de debater as temáticas no Seminário Dom Edilberto Dinkelborg, durante a Celebração Eucarística.
Na terça-feira (20), a Pastoral participou do 2º Seminário “Migração e Wash”, projeto que tem como objetivo promover ações que dê acesso a água de qualidade e saneamento básico para as populações que vivem em situação de extrema vulnerabilidade. O seminário apresentou resultados obtidos durante este ano de trabalho.
Para a coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Migrante, Socorro Oliveira, o momento representou uma conquista, já que traz novos conhecimentos e busca incluir esses grupos em uma sociedade mais justa e igualitária. “Estar presente nesse momento representando a minha pastoral me enche de satisfação e alegria, principalmente porque nós devemos assegurar isso, uma sociedade mais justa que caiba todas as pessoas, assim como no Reino de Deus, para que todos vivam com o mesmo amor, condições e direitos”, pontuou.
Já no dia 21, aconteceu uma celebração eucarística com a presença dos colaboradores da Cúria, ASA e demais organismos localizados no Centro Pastoral Paulo VI. Padre José Nery, presidente da celebração, destacou em sua homilia a importância de bem acolhermos estes irmãos que muitas vezes vem em busca de melhorar de vida e se deparam com outra realidade.
“Ás vezes nós precisamos sair de nosso lar e migrar para um lugar desconhecido devido às circunstâncias impostas pela vida. Quando eles vêm a nós pedindo ajuda é nosso dever ajudar, porque é isso que Deus nos pede em suas Sagradas Escrituras”, ressaltou. No momento do ofertório, como gesto concreto, os funcionários doaram alimentos não perecíveis que serão entregues para as famílias acolhidas pela pastoral.
Na sexta-feira (23), membros da Pastoral do Migrante estiveram presentes na Associação Beneficente São Paulo Apóstolo (ABESPA), da Pastoral do Povo da Rua, localizada no bairro Macaúba. Durante o momento foi realizada uma roda de conversa explicando a importância da pastoral e a sua atuação dentro da sociedade.
O padre João Paulo, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, externou que a Pastoral do Migrante é muito significante para a Igreja principalmente pelo fato destas pessoas saírem da sua zona de conforto, para um local totalmente desconhecido em busca de novas oportunidades. “Essas pessoas chegam aqui e não encontram nenhum apoio familiar. Na maioria dos casos, elas vêm buscando oportunidades de emprego e de melhores condições, e nós devemos ajudá-los nessas questões”, afirma o sacerdote.
Segundo ele, a ligação entre as pastorais é exatamente pela maioria das pessoas que se encontram em situação de rua na capital, serem provenientes de outros estados e países. “Aqui na nossa casa nós acolhemos muitas pessoas de outros lugares, e este fato influencia muito para que eles estejam em situação de extrema vulnerabilidade, principalmente por estarem desempregados e sem apoio. Isso muitas vezes faz com que essas pessoas adentrem no mundo do álcool e das drogas para anestesiar o seu sofrimento”, explicou padre João Paulo.
Conheça mais a atuação da Pastoral
O trabalho da pastoral se inicia nas vilas e comunidades mais empobrecidas, que são onde os migrantes são encontrados. Segundo a coordenadora, atualmente a Arquidiocese tem trabalhado em três vilas específicas, onde além de tentar assegurar alguns direitos básicos como água, alimentação e moradia, também é feito um trabalho de evangelização, levando esperança a esses grupos vulneráveis.
“Nós temos que levar esperança a essas pessoas que chegam em busca de dignidade e de uma vida melhor, ao mesmo tempo em que buscamos assegurar alguns direitos básicos, dando orientação sobre algumas leis, para que possam alcançar seu lugar dentro da sociedade”, explicou Socorro.
A realização da Semana do Migrante é muito importante no meio social, pois torna visível a dor desses povos que vivem sobre um olhar indigno da sociedade, além de dar destaque ao trabalho da Pastoral. “Com esta semana nós propomos ainda mais a reflexão e o diálogo sobre a fome, que nesse momento tem se mostrado muito necessário e oportuno de ser discutido, principalmente por ser uma situação séria que tem sido bastante normalizada”, finalizou a coordenadora.