Na manhã desta quinta-feira (18), a Ação Social Arquidiocesana (ASA), com os demais membros do Comitê Estadual de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes do Piauí, mobilizou a sociedade civil e instituições governamentais no Cruzamento da Avenida Frei Serafim com a rua Goiás. A ação visa sensibilizar a sociedade sobre as situações de violência e exploração que muitas crianças e jovens sofrem na sociedade.
A concentração teve início as 07h da manhã e reuniu vários Serviços da ASA, que trabalham buscando assegurar os direitos da infância e da juventude. Em seguida, os participantes seguiram em direção ao auditório Paulo VI, onde as crianças fizeram apresentações abordando a importância do combate à violência sexual, a fim de evitar novas vítimas.
Este dia foi escolhido para refletir ações conjuntas em relação ao enfrentamento das violações de direitos. O dia é simbólico, já que no dia 18 de maio de 1973, Araceli de apenas 8 anos foi raptada e abusada sexualmente por jovens de classe média alta. A jovem veio a óbito logo depois da série de abusos, e mesmo após 50 anos os responsáveis por tal crueldade nunca foram devidamente punidos.
De acordo com a Irmã Denise Morra, presidente do Comitê Piauiense de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, essas mobilizações são de extrema importância, pois escancara situações que geralmente são escondidas ou passam despercebidas no dia a dia. “A gente trabalha a prevenção deste tema nas comunidades e nas periferias, mas o ato de ir as ruas e mostrar para sociedade é o que faz a diferença”, explica a presidente.
Segundo ela, no decorrer do ano, a temática será trabalhada como frente de políticas públicas, buscando garantir a lei de proteção e garantias de direitos da infância e da juventude, além dos trabalhos de mobilização e visitação de espaços como escolas ou serviços que atendem crianças e adolescentes.
A secretária executiva da ASA, Carla Simone, destaca que o momento não deve ser refletido apenas nesta data, mas ao longo de todo o ano, para que situações como a de Araceli não retornem a acontecer. “Nós devemos nos unir, para dia após dia erradicarmos de vez essa triste realidade que milhões de crianças e jovens vivem, para que possamos dar um basta e avançar, para que esses números a cada segundo sejam reduzidos”, pontuou.
A jovem Clara Naísa, membro do Centro da Juventude Santa Cabrine, externa que essa mobilização propõe que a sociedade conheça e entenda a importância do 18 de maio e tudo que ele representa. “Não podemos mais fingir que não acontece, e é importante saber como denunciar e como ajudar as nossas crianças e adolescentes, apoiando-os para que entendam que não estão sozinhos”, finaliza.