Na tarde da última sexta-feira (03), os padres Ladislau da Silva, Alexandre Fonseca e João Paulo Carvalho, juntamente com a Cáritas Diocesana, se reuniram no Centro Pastoral Paulo VI para articulação da criação da Pastoral Indigenista que abrangerá todo o estado do Piauí.
Com o principal objetivo de testemunhar e anunciar a Boa Nova do Reino à serviço dos projetos de vida dos povos indígenas, a Pastoral Indigenista surge como uma forma de reparação histórica, já que os indígenas que residiam no estado do Piauí sofreram graves perseguições e violência durante o período de instalação do regime colonial e imperial luso-brasileiro. A pastoral também dará assistência aos venezuelanos que residem em Teresina.
De acordo com o padre Laudislau da Silva, membro da Coordenação Colegiada, agora é o momento da Igreja dar a sua contribuição para este povo, acompanhando a luta deles e respeitando a sua realidade. “No passado a Igreja não se envolvia com essas questões, e agora nós vamos desempenhar este papel com forma de reparação histórica para estes indígenas que sofreram por muito tempo sendo duramente reprimidos. Nossa função agora é devolver a autoestima deles, para que eles percam o medo e vivam conforme a sua cultura”, explica o sacerdote.
Os estados do Piauí e do Rio Grande do Norte eram tidos como os dois únicos estados do país que não tinham povos indígenas. Segundo o padre Alexandre Fonseca, também membro da Coordenação Colegiada, isso aconteceu porque grande parte dos indígenas que residiam nestes estados haviam sido exterminados e a outra parte vivia em um silêncio resistente por conta das perseguições que sofriam devido a sua cultura.
“Quando nós chegamos aqui percebemos que tinham vários agrupamentos étnicos como nos outros estados do Brasil e que passaram a se auto afirmar no reconhecimento de seus territórios e dos seus costumes, além do acesso à saúde e à educação”, pontua.
Há relatos da presença de Povos Indígenas nas seguintes localidades: Capitão de Campos, Esperantina, União, José de Freitas, Pimenteiras, Amarante, Regeneração, Miguel Alves, dentre outras cidades. Agora, o desejo é que através da criação desta pastoral, os cuidados com esses povos possam se espalhar por todo o Regional.