O Centro Esperança Garcia, serviço de referência a mulheres em situação de violência da Ação Social Arquidiocesana (ASA), em parceria com a Prefeitura de Teresina, promove ao longo de todo o ano atividades integrativas com mulheres vítimas de violência. Por meio da realização de práticas como a acupuntura auricular, a ventosaterapia, a reflexologia podal e a massagem relaxante, o local reforça o empoderamento das mulheres diante da violência doméstica, com o objetivo de contribuir para o encerramento dos ciclos de violações de direitos.
Segundo Caroline Fernandes, terapeuta ocupacional do Centro Esperança Garcia, as mulheres que buscam o serviço participam de práticas integrativas como um complemento do serviço oferecido pelo centro de referência. No primeiro momento, a mulher é atendida por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais da psicologia e assistência social, e a partir disso, os psicólogos observam as emoções na fala da vítima através da escuta qualificada, como forma de identificar suas necessidades e assim direcionar o seu acompanhamento.
“Quando a mulher chega para as práticas integrativas, nós fazemos uma avaliação e é a partir dali que fazemos um encaminhamento. Nós avaliamos também quais práticas serão utilizadas nos atendimentos e quanto tempo aquela mulher vai ficar conosco, além da quantidade de vezes que ela estará dentro do serviço, se será semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente”, explicou a terapeuta.
No Centro são ofertados seis tipos de práticas integrativas: o Heikki, a acupuntura auricular, florais Saint Germain, a ventosaterapia, a reflexologia podal e a massagem relaxante. Durante os atendimentos são observadas as emoções das vítimas, na compreensão de que as doenças mais comuns da atualidade são psicossomáticas, iniciando na mente e refletindo-se no corpo. “A ansiedade é um sentimento, mas é necessário ser tratado para que não venha a se tornar uma doença como o transtorno de ansiedade ou até mesmo as crises. Esses sentimentos podem ser tratados com as práticas integrativas e através dela apresentam uma melhora muito considerável”, pontuou Caroline Fernandes.
As práticas contribuem para a autonomia da mulher que foi vítima de violência, já que a maioria delas chegam ao serviço com baixa estima, não conseguindo muitas vezes nem se olhar no espelho. A partir do atendimento recebido, as mulheres que são assistidas pelo Centro Esperança Garcia, através das atividades integrativas, conseguem romper os ciclos da violência com êxito, e se reconhecem como protagonistas da própria história, passando a encarar a vida com mais coragem e vontade de viver.
A advogada T.K.C.N.*, uma das mulheres assistidas pelo local, relata que o atendimento da CREG é uma experiência acolhedora e atenciosa. “Na época em que fui atendida, as atividades foram muito importantes como um meio de condução para a minha vida. Ser atendida pelo CREG foi um divisor de águas, onde eu pude resgatar a minha autoestima, me valorizando como mulher, porque quando a vítima de violência doméstica está nesse ciclo, ela não tem apoio, e foi a partir daí que eu passei a me amar como pessoa”, relatou.
O Centro Esperança Garcia
Além das práticas integrativas e de oferecer atendimento social, psicológico e jurídico, o local também promove a realização de grupos reflexivos, que auxiliam as mulheres no processo de superação dos ciclos de violência às quais estão submetidas.
Apenas durante o primeiro semestre de 2022, 140 novas mulheres foram inseridas no serviço, gerando cerca de 1000 atendimentos diretos. De acordo com Roberta Mara, coordenadora do serviço, o Centro acolhe com otimismo os resultados alcançados. “Continuamos na busca de implementar o serviço com as práticas integrativas, mas também estamos buscando práticas grupais, além dos outros projetos dentro do serviço como o Projeto Vida e o Projeto Acolhimento, onde as mulheres se verão reconstruindo a vida com o objetivo maior de romper com a violência”, destacou a coordenadora.
O CREG conta com uma equipe de profissionais contratados que atuam nas áreas da Assistência Social, do Direito, da Psicologia e da Terapia Ocupacional, atendendo de segunda a sexta-feira, das 8 às 16h. Sua sede fica localizada na rua Benjamin Constant, 2170, centro de Teresina. Para mais informações entre em contato pelo número (86) 9 9416-9451.