A supervisão de Hanseníase da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) homenageou profissionais do Centro Maria Imaculada (CMI), serviço de atenção e saúde vinculado à Ação Social Arquidiocesana (ASA), pela atuação e dedicação no combate contra a hanseníase no Piauí. A premiação aconteceu dentro de uma ação desenvolvida para divulgar a campanha “Janeiro Roxo”, que promove ações de conscientização sobre a doença durante todo o mês.
A escolha dos homenageados foi feita por meio de uma votação realizada virtualmente. O CMI foi premiado na categoria “Serviço de Destaque em Hanseníase” e os profissionais da instituição venceram nas categorias “Profissional de Destaque na Hanseníase” e “Personalidade de Destaque em Hanseníase”.
Conforme a biomédica Sara Moura, que coordena as atividades do CMI, a homenagem recebida é um reconhecimento importante para todos os profissionais que se dedicam diariamente dentro da instituição para levar uma melhor qualidade de vida as pessoas acometidas pela hanseníase.
“Além da nossa equipe multidisciplinar, levamos conhecimento e informação sobre a hanseníase, não apenas para as pessoas acometidas pela doença, mas também para familiares e amigos que estejam interessados nesse tema que é tão importante, e que ainda é cercado de preconceitos”, disse.
Entre os sinais e sintomas da hanseníase estão o aparecimento de manchas brancas ou rosadas, que deixam a área sem sensibilidade, perda de pelo e indolor. Conforme a enfermeira Maria da Luz Oliveira Melo, que recebeu o prêmio de “Profissional de Destaque na Hanseníase”, com a percepção desses sintomas é essencial que a pessoa procure o posto de saúde para descartar ou confirmar o diagnóstico.
“Estou muito feliz e posso dizer que fiquei surpresa por ter sido indicada. A indicação por si só já foi uma conquista, pois é um reconhecimento pelo trabalho que desempenhei. Já estou há quatro anos aposentada e ter conquistado esse prêmio mostra que sempre fiz o bem durante os meus 18 anos de exercício da profissão”, relatou.
Divulgação do Boletim Epidemiológico de hanseníase no Piauí
Além de reforçar a importância de manter os cuidados com a hanseníase, não somente em janeiro, mas durante todos os meses do ano, também foi realizada a divulgação do boletim epidemiológico da doença no Piauí. Conforme Eliracema Alves, supervisora estadual do programa de Hanseníase, no Piauí, o governo tem apoiado os municípios realizando busca ativa de novos casos para ajudar a descobrir precocemente o diagnóstico da doença.
“As pessoas precisam ter em mente que não podemos negligenciar a hanseníase. Em 2021, tivemos 549 casos notificados, o número representa uma redução de 60% em relação aos anos anteriores. Com essa redução verificamos que é preciso uma conscientização das pessoas pela busca do diagnóstico precoce, para poder também realizar o tratamento o mais rápido possível”, destacou a supervisora.
De acordo com Olívia Dias, professora do Departamento de Enfermagem da UFPI, o boletim é um instrumento muito importante para a gestão tomar conhecimento das áreas que necessitam de uma atenção redobrada.
“Pegamos os dados ou de uma série histórica ou de um curto período de tempo e vamos analisando como a hanseníase se comporta no estado. Nosso estado é um estado endêmico e por isso temos um alto número de casos e esse número não costuma baixar muito, tanto que o Piauí fica em terceiro ou quarto no ranking nacional”, explicou.