O último sábado, dia 09 de janeiro, foi dia de festa na Arquidiocese de Teresina pela celebração do Jubileu de Ouro do padre João Moura. A santa missa pelo aniversário de ordenação e renovação das promessas sacerdotais, realizada na matriz de Nossa Senhora dos Remédios – União, foi presidida pelo jubilando e co-celebrada pelo Arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, Dom Juarez Sousa e uma representação do clero arquidiocesano.
Pastor zeloso, de caráter simples e um coração generoso, são 50 anos de uma vida inteiramente dedicada ao sacerdócio. Nascido na cidade de Palmeirais-PI, estudou Filosofia em Fortaleza-CE, Teologia em Recife-PE e concluiu sua formação em Tacaimbó-PE. Padre João recebeu o sacramento da Ordem em 09 de janeiro de 1971, na Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, localizada no bairro Vermelha, forania Sul I.
O Arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, relata sobre a convivência que teve desde cedo com padre João Moura. Ele expressa também sobre o sentimento de está presente em vários momentos importantes do presbítero, destacando que há 50 anos presenciou a ordenação sacerdotal do padre.
“Nós poderíamos fazer uma espécie de relatório tanto exaustivo da vida do Padre João Moura, poucos podem dizer como eu que nós fomos colegas de seminário, estudamos juntos no seminário da Bahia, depois do seminário regional do nordeste em Recife. Hoje tenho alegria de celebrar com você seus 50 anos de padre. Foi um motivo de felicidade está no momento de sua ordenação sacerdotal há 50 anos atrás, depois a vida como ministros nos distanciou, eu na Diocese de Bacabal, no Maranhão, ele na Diocese de Teresina. A amizade perdurou, me lembro ainda de ter visitá-lo em Água Branca. Isso quer dizer que o Padre João Moura de fato fez uma história na nossa Arquidiocese bastante grande, são poucas paróquias que ele não passou, mas onde não passou, está passando agora. Esse testemunho de pastor zeloso, homem simples, que não teve outro objetivo se não conquistar os corações pela palavra de Deus”, declarou.
Dom Jacinto fala ainda sobre as dificuldades enfrentadas durante esses 50 anos de sacerdócio, mas que ele não se deixou abalar por nenhuma delas. “Não lhe faltaram sem dúvidas às provações, a sagrada escritura diz que Deus prova aqueles que ama, mas por si foram muitas as tribulações, maiores foram ainda as consolações. Por isso, nós vivemos os seus 50 anos de presbitério, com esse rosto sereno, sem nenhuma amargura, sem nenhum trauma das provações sofridas e vividas nas diversas formas no exercício do seu ministério”, destacou o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Teresina.
O vigário geral da Arquidiocese de Teresina, Padre Tony Batista, fala sobre o quanto o presbitério é grato pelo sim do Padre João Moura e pela alegria comemorarem esse Jubileu de Ouro sacerdotal. “Nós estamos hoje aqui reunidos como presbitério de Teresina para dizer a Deus que nós somos gratidão pelo seu sim. Padre João Moura nós somos o presbitério, sacramentalmente nós somos um corpo, a sua alegria é a nossa alegria, o seu tombo é o nosso tombo, na fé é sacramento para nós, por isso nós estamos celebrando o nosso Jubileu de Ouro, quando você celebra os seus 50 anos”, externou.
Homenagens reafirmam testemunho de amor ao chamado de Deus
No final da celebração, padre João Moura recebeu a Benção Apóstolica concedida pelo Papa Francisco pelos 50 anos de ordenação sacerdotal, entregue pelo arcebispo metropolitano. O presbítero também ganhou outras homenagens em agradecimento ao seu ministério.
Ao 85 anos e hoje residindo na cidade de União, o sacerdote foi presenteado por um quadro com registros fotográficos de fatos marcantes da sua vida, acompanhado por uma mensagem lida durante a ocasião. Um dos trechos do texto destacou seu testemunho incansável na missão de estar entre o povo e de ir ao seu encontro.
“Um pastor com cheiro de ovelha, uma vida sacerdotal inquieta, mesmo com suas dificuldades, e que na sua humildade se faz sempre disponível à todos. Um sacerdote que vive a santidade e que está preocupado com a urgência de sermos santos. Um padre da escuta e do silêncio e de exortação firme e precisa, da catequese, da evangelização e porque não dizer da conversão, quantos jovens, famílias alcançados pelo seu ardor missionário, pois é fácil encontrarmos “por aí” alguém que traz consigo um exemplo dos ensinamento que Padre João deixa por ande passa, como um semeador que lança na terra de tantos corações a boa semente para ali produzir frutos “trinta, sessenta e cem por um” (Mc 4, 8). Somos prova viva que o seu ministério sacerdotal arrasta para o céu uma multidão de almas, e que tem eficácia de transformar vidas, pois assumindo a missão de Cristo, traz consigo palavras de vida eterna”, dizia um trecho da homenagem de João Victor Irene e família.
Feliz e grato pela celebração de um momento tão importante de sua vida, padre João Moura afirma que nasceu para estar no meio do povo. Ao iniciar sua fala, ele parafraseou a música “A vida de viajante”, de Luiz Gonzaga, dizendo: “A minha vida é andar por essa diocese, para que um dia eu me sinta feliz. Com tantas recordações, nas paróquias onde passei, nas comunidades do sertão a saudade no coração dos amigos que lá deixei”, cantou.
Ele falou que inicialmente não queria ser padre, mas Deus o agarrou e não se arrepende um minuto do sim ao chamado. “Estou e sou muito feliz. Quero agradecer ao Pai do céu pelo dom da vida, a Cristo por ter me colocado nesta vida há 50 anos, a minha mãe Mãe Maria Santíssima que me acompanha desde a minha adolescência, com o título de Nossa Senhora das Graças e a medalha milagrosa. Andei por muitas paróquias da diocese até que um dia me chamaram de bombeiro, porque quando faltava alguém eu era mandado até a comunidade. E quero dizer aos seminaristas que não me arrependi um minuto de ser padre. Agradeço a todo o povo de Deus que está aqui hoje e é único em minha vida. E que nós possamos com nosso testemunho de vida chamar mais pessoas para o Reino de Deus”, finalizou.