Já cantava o salmista que o Senhor preserva da morte nossas vidas e nos alimenta na penúria… É no Senhor que se alegra o nosso coração! (Sl.33-32). São Paulo, falando aos filipenses vai mais longe e nos pede com autoridade: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos” (Fil 4,4).
A alegria, para nós cristãos, não é um acessório secundário na vida, mas um traço característico, sinal marcado com o fogo do sinete sagrado do amor de Deus, no nosso coração, expressão da vida dos discípulos e discípulas de Jesus. Nossa alegria não é fruto de um temperamento otimista, nem resultado de um bem-estar tranquilo. Não significa a estagnação de pântanos nem a indiferença dos egoístas, não se confunde com uma vida sem problemas ou conflitos.
Todo cristão, seguidor de Jesus Cristo, vive com os pés no chão e, por isso mesmo, também experimenta a dureza da vida com a mesma crueza e com a mesma fragilidade que qualquer outro ser humano. A diferença é que o cristão enfrenta as adversidades sem perder a esperança e sem renunciar sua alegria. E a nossa alegria não é a mesma alegria alienada do bobo da corte, do indiferente, a nossa alegria nasce da união íntima com Jesus Cristo. É uma alegria que está na própria raiz da nossa vida e é sustentada pela fé em Jesus. De Jesus ouvimos todo dia: “Vós agora sentis tristeza, mas eu vos verei outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém poderá tirar a vossa alegria” (Jo 16,22).
Nestes tempos de mares revoltos, de ventos contrários, de redemoinhos nos nossos caminhos, deixando tudo de cabeça para baixo, o cristão segue confiante, convicto de que o Senhor caminha conosco, não nos abandona. Como outrora no barco com seus discípulos, no lago de Genezaré, ele tem o poder de mandar que a tempestade cesse, que a escuridão se faça luz e que o medo se torne em explosão de alegria, ele é o Senhor!
Sigamos em frente sem perder nossa alegria, sem deixar que nos roube a nossa esperança, sem perder de vista o horizonte da nossa fé! Temos certeza que com o Senhor seremos vitoriosos, o seu amor não decepciona. Ele está no front como forte guerreiro e traz a bandeira da vitória na sua mão!
E nós temos ainda uma grande companheira que passa na frente, com seu valor de defesa no amor. A mulher mais formosa, vestida de sol, tão bonita como o arrebol, mulher coroada com as estrelas no céu, mulher guerreira de sorriso meigo, doce como o mel, é Maria, a mãe do Senhor e nossa mãe! Esta é nossa companhia nestes dias de medo e dor e, fazendo o que Seu filho nos mandar, chegaremos ao Porto Seguro, quando o sol vai brilhar com intensidade nunca vista. Sigamos, sorrindo e com esperança, e sempre solidários! Chegar juntos é nossa meta, a festa será bem maior quando todos, unidos, atravessarmos esta noite escura!
Padre Tony Batista – Vigário Geral da Arquidiocese de Teresina