Através de videoconferência realizada na tarde de quinta-feira (23), representantes do clero de Teresina e do Setor de Comunicação da Arquidiocese de Teresina participaram de uma reunião com prefeito da capital do Piauí, Firmino Filho. Na ocasião, o chefe do executivo municipal apresentou o diagnóstico da capital em relação ao Coronavírus e destacou a necessidade do engajamento de toda a população nesse momento de crise sanitária.
“Agradecemos o engajamento da Igreja católica nesse momento. O Lar da Fraternidade, de administração da ASA (Ação Social Arquidiocesana) vai funcionar como hospital de campanha, dispondo de trinta leitos para pacientes da Covid19, bem como o outro hospital de campanha no Centro de Badminton da Universidade Federal do Piauí que, a pedido do padre Igor Torres, se chamará hospital Pedro Balzi, em homenagem ao saudoso padre que tivemos em nossa cidade”, disse o prefeito.
Padre Pedro Balzi, que está em processo de canonização, atuou por décadas na missão evangelizadora e social em Teresina. No ano do seu falecimento (2009) a prefeitura municipal declarou luto oficial de três dias.
Ainda de acordo com Firmino Filho, todas as decisões tomadas pela gestão municipal neste momento de crise têm embasamento de especialistas. “O fato de ainda não terem explodido casos na cidade, faz com que as pessoas achem que podemos afrouxar as medidas. Temos um comitê que está conversando com os setores econômicos, sindicatos patronais e de trabalhadores que estão sendo ouvidos, para que a gente busque um protocolo de reinício das atividades. Mas isso só será feito se pudermos garantir a segurança de todos”, lembrou.
Os padres que participaram do momento tiveram espaço aberto para fazer perguntas, solicitar ações e propôr sugestões. Os padres questionaram e apresentaram a realidade de suas paróquias que vem realizando missas virtuais com a participação da comunidade. “Em relação a vacina contra H1N1, por exemplo, a gente orienta sobre a necessidade da imunização, mas recebe um comentário desagradável em plena missa, de alguém declarar que a vacina é para maltratar os idosos. É momento de união e de tolerância com quem mais precisa da gente”, comentou o padre Amarildo Pontes, da forania Sul II.
Pare Edvaldo Barbosa (forania Norte I) e padre Jardel Moreira (forania Sudeste) também fizeram considerações sobre a realidade paroquial. O momento foi mediado pelo vigário geral da Arquidiocese, padre Tony Batista. “Sabemos que os decretos são vistos como autoritários pela população, mas são necessários nesse momento tão difícil. Torcemos para que não tenhamos caos no nosso sistema de saúde, tenho fé que a gente não precisará usar essa estrutura extra que está sendo montada”, disse o vigário.
Na primeira semana do mês de março, a Arquidiocese divulgou orientações para evitar a disseminação da Covid-19. E antes dos decretos municipal e estadual, tinha orientado quanto ao isolamento social. A Arquidiocese de Teresina estimula a vivência da Igreja doméstica e pede a intensificação das orações para a superação desse momento de crise mundial da saúde.
