O discernimento ao sacerdócio é um processo e segue um caminho guiado por Deus. Cada um tem o seu tempo. Somada a essa busca entra em ação um trabalho que se torna essencial e importante para o firmamento do sim: o acompanhamento da Equipe de Vocações Adultas, batizada pelo Arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito de EVA. A iniciativa surgiu como uma resposta da Igreja que mantém um olhar atento ao surgimento de jovens e adultos na fase de confirmação para a vocação religiosa.
A Igreja presta um serviço às novas gerações quando lhes possibilita através desses acompanhamentos a resposta aos apelos de Deus, que continuamente convoca ao serviço aos irmãos. Para os cristãos, viver dignamente é identificar o chamado que Deus faz na vida de todos os homens e mulheres, edificando a existência num diálogo contínuo com o Senhor. E é essa a motivação da EVA, que ajuda a abrir as perspectivas de vida à nossa juventude e também aqueles homens já em fase adulta, para que a generosidade do próprio Deus venha a desabrochar plenamente.
Para o membro da Equipe de Vocações Adultas da Arquidiocese de Teresina, padre Isaías Pereira, é importante esclarecer que vocação não tem idade. O chamado pode ser em qualquer época da vida, pois idade não se mede. “Deus chama na hora que Ele quer e quem Ele quer. Muitas vezes o irmão recebeu um chamado mais cedo, ainda jovem, mas não despertou. Não alimentou aquela vocação e o tempo foi passando e o despertar aconteceu só na idade adulta. E é nesta etapa que o trabalho da EVA se apresenta com a missão de acolher esses jovens que despertaram para a vocação sacerdotal”, explica o sacerdote.
E o trabalho de orientação da EVA é diferenciado. O adulto passa pelas mesmas etapas, mas com um acompanhamento de formação próprio. Em determinada interpretação da equipe a orientação pode variar, pois depende da fase e do discernimento do adulto. Em comum, a vocação sacerdotal só será bem realizada mediante um profundo mergulho do candidato na pessoa de Deus, pela oração e formação. Por isso que o processo de formação deve ser o mais transparente possível.
“Entendemos que um adulto que já passou por uma experiência de faculdade e tem uma caminhada de vida, tem que ser submetido a um acompanhamento particular porque se diferencia do jovem adolescente que entra”, atesta.
A resposta adequada frente ao chamado de Deus ganha ainda o apoio de um conselheiro amadurecido, tão necessário na caminhada de formação sacerdotal. Outra fonte é a Palavra de Deus lida, acolhida e praticada, com a qual se estabelece um relacionamento fecundo com Deus. Afinal de contas Deus não impõe, mas propõe! E no processo da vocação adulta ela é diferente também na formação da equipe que acompanha.
“Hoje são 7 membros formados por padres, diáconos e o nosso bispo. Nós fazemos um acompanhamento direto. E só depois, a partir da experiência e dos consecutivos encontros é que nós podemos indicar e direcionar de forma correta. Pode ser que vá para o Seminário Propedêutico Discipulado João Paulo II, ou Seminário Interdiocesano Sagrado Coração de Jesus ou Seminário de Filosofia Dom Edilberto Dinkelborgh. Podemos citar um exemplo: esse ano 10 pessoas vão ingressar nas nossas casas de formação como vocação adulta e nem todos irão para o mesmo Seminário”, justifica.
Então entender este processo é compreender os sinais de Deus na humanidade. Esta é uma questão de Fé. E o primeiro passo para qualquer pessoa que quer ter um acompanhamento vocacional é se dirigir ao pároco da paróquia que o candidato pertence. “A orientação aos interessados é que procurem os párocos e diáconos da Paróquia, Diaconia ou Área Pastoral aonde atuam e participam, para que estes façam o encaminhamento junto à Equipe de Vocações Adultas. Vale ressaltar ainda que essa vivência de encontros têm o acompanhamento direito do Arcebispo de Teresina Dom Jacinto Brito, mas é essencial demonstrar ao pároco o interesse de ser acompanhado. Esse desejo de ingressar chegará a EVA ou ao serviço de animação vocacional da Arquidiocese”, finaliza o padre Isaías .
Por Vera Alice Brandão