A Culminância do Ano do Laicato na Arquidiocese de Teresina aconteceu no último sábado (24), e foi marcada por testemunhos, apresentações culturais e a celebração da Santa Missa, com a presença de leigos(as), do clero arquidiocesano e de artistas da terra no Ginásio da Uninovafapi.
A programação iniciou às 16h com a acolhida das caravanas pelo grupo Arca Nova da Paróquia São Francisco de Assis (Forania Sudeste). O cantor Wagner Ribeiro, professor de música da Universidade Federal do Piauí, conduziu o público com versos e poesias e também com apresentações de músicas populares já conhecidas do grande público. O coral da Paróquia de Cristo Rei também se apresentou.
O Ano Nacional do Laicato foi instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na LIV Assembleia Geral Ordinária de 2016, em comemoração aos 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os Leigos e da exortação apostólica Christifideles Laici (Os fiéis leigos), de São João Paulo II, sobre “Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo”, de 1988.
O coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Gonçalo Teixeira, enalteceu o compromisso dos fiéis que formam o corpo da Igreja. “Temos um grupo ou organização laical de grande envergadura em nossa Igreja e que tem agido sempre em prol de uma sociedade justa e fraterna, sendo sempre sinal do Reinado de Cristo”, reforçou.
Para o sacerdote, o objetivo do momento foi de não só destacar a importância dos leigos e leigas na Igreja, mas também deixar a semente para que todos possam “considerar a missão do laicato como prioridade não só em 2018 , mas sempre”.
Graça Ferreira destacou que os trabalhos renderam importantes frutos. Foram muitas as ações ao longo do ano, entre elas a Escola do Laicato. “Como Igreja, povo de Deus, esse foi um ano de valorizar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas na nossa Igreja; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”, afirmou a coordenadora do CNLB no Regional Nordeste IV.
Ainda de acordo com ela, os trabalhos deram unidade às ações dos leigos e leigas na Igreja. “Foi um ano para conclamar toda a Igreja do Brasil: regionais da CNBB, arquidioceses, dioceses e prelazias, paróquias, comunidades, pastorais, movimentos e as distintas expressões laicas, bem como os organismos de comunhão do povo de Deus, na realização do Ano do Laicato. Pudemos desenvolver atividades que sem dúvida despertaram e motivaram iniciativas e participação dos ministros ordenados, da vida consagrada e do laicato na realização desse Ano. Tudo com a missão de evangelização. Foi possível ainda dialogar com os diferentes sujeitos da sociedade, promovendo a cultura do encontro e o cuidado com a vida e o bem comum, na esperança de que outro mundo é possível”, disse otimista.
A programação ainda contou com testemunhos de leigos que colaboram em diferentes setores da sociedade. Paulo Humberto Nunes é professor do curso de medicina da Universidade Federal do Piauí e testemunhou como contribui, no ambiente de trabalho, sendo sinal de Deus. O profissional conversou com o público e relatou sua dedicação a temas sérios como aborto.
“Eu sou formado em medicina, mas nunca exerci a profissão, pois sou mesmo é professor. E como docente, diariamente me comprometo junto aos meus alunos a ser uma ferramenta cristã no ambiente acadêmico. Sou convidado para momentos de discussão que tratam de ciência e fé. Entre os muitos assuntos destaco como missão a conscientização sobre a bandeira do aborto, apresentando a posição da Igreja que é contrária à legalização. E como filho de Deus levo essa mensagem de defesa da vida para onde vou”, disse.
Após os testemunhos, a Orquestra de Flautas do Projeto Música Para Todos e a Orquestra Sanfônica se apresentaram. Em seguida teve início a celebração eucarística, que contou com uma paraliturgia antes da procissão de entrada. Leigos e leigas entraram no espaço segurando bandeiras e estandartes de grupos, movimentos, pastorais e serviços da Arquidiocese.
Legado eclesial e social
O legado do Ano Nacional do Laicato será, certamente, muito amplo e denso, nos níveis comunitário, paroquial, diocesano, regional e nacional. Embora os frutos já estejam sendo colhidos no processo, em cada instância, deve ser as ações com incidência na vida eclesial e na sociedade que tomarão olhar especial.
Para o arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, que presidiu a missa, o destaque é para um ano de intensas atividades. “Fica a certeza que o Povo de Deus está motivado e ciente da participação e colaboração com o anúncio e construção do Reino de Deus. Foram muitos os momentos de formação. A nossa Igreja está ciente que os objetivos foram atingidos principalmente quanto à missão de quem colabora para o anúncio do Evangelho”, observa.
Segundo Graça Ferreira, fica a orientação de que a dinâmica do Ano do Laicato deve fazer perpetuar “cristãos leigos e leigas inseridos no mundo, não apenas na Igreja, mas onde eles estiverem exercendo as mais variadas funções. É aí que vamos colhendo os frutos”, disse finalizando.
Por Vera Alice Brandão