A fidelidade é um estilo de vida, disse o Papa Francisco na catequese de ontem (24), dando continuidade ao ciclo de reflexões sobre os Mandamentos. O Pontífice refletiu sobre o sexto mandamento – “não cometerás adultério” – concentrando-se no valor da fidelidade, algo que não é alcançado apenas com “boa vontade humana”, mas sim com a graça de Deus.
O Santo Padre destacou que nenhuma relação humana é autêntica sem fidelidade e lealdade. “A fidelidade é a característica da relação humana livre, madura, responsável”. Não se pode amar somente até quando convém, acrescentou, destacando que o amor se manifesta quando se doa totalmente sem reservas.
Nesse sentido, o Papa lembrou que o ser humano precisa ser amado sem condições. Quem não recebe esta acolhida leva em si uma certa incompletude, um vazio que procura preencher aceitando uma mediocridade que só tem um vago sabor de amor. “Assim, acontece de superestimar, por exemplo, a atração física, que em si é um dom de Deus, mas é destinada a preparar o caminho para uma relação autêntica e fiel com a pessoa”.
Com essa reflexão, Francisco voltou a insistir na necessidade de uma boa preparação ao sacramento do Matrimônio. Isso tendo em vista que o chamado à vida conjugal requer um preciso discernimento sobre a qualidade da relação; os noivos precisam amadurecer a certeza de que na relação deles há a mão de Deus que os precede e acompanha.
“Não podem [os noivos] prometer fidelidade ‘na alegria e na dor, na saúde e na doença’ e de amar-se e honrar-se todos os dias de sua vida somente na base da boa vontade ou da esperança que ‘a coisa funcione’. Precisam se basear no terreno sólido do amor fiel de Deus”, disse.
Por isso, o Papa defendeu que antes de receber o sacramento do Matrimônio é preciso uma preparação, porque não se brinca com o amor. E por preparação, ressaltou Francisco, não se pode definir três ou quatro conferências dadas na paróquia. “A preparação deve ser madura e precisa de tempo. Não é um ato formal: é um Sacramento. Deve-se preparar com um verdadeiro catecumenato”.
O Papa concluiu a catequese destacando que a fidelidade é um estilo de vida: uma vida tecida de fidelidade se exprime em todas as dimensões e leva a ser homens e mulheres fiéis e confiáveis em toda circunstância. Porém, para chegar a uma vida assim bela não basta a natureza humana, é preciso que a fidelidade de Deus contagie.
“Esta Sexta Palavra nos chama a dirigir o olhar para Cristo, que com a sua fidelidade pode tirar de nós um coração adúltero e nos doar um coração fiel”.
Fonte: Site da Canção Nova