O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa Paulo VI e, desde então, é para a Igreja um exercício de escuta. A Igreja adota a postura de colegialidade, pois reúne bispos de diferentes regiões e lugares para refletirem sobre determinada temática e depois emitirem um documento que deve orientar atitudes da Igreja no mundo. O Sínodo 2018 está em curso e segue até o dia 28 de outubro no Vaticano. Para esta edição, o papa escolheu como tema: Juventude, jovens fé e discernimento vocacional.
Esse Sínodo tem como Secretário Geral o Cardeal Sérgio da Rocha, presidente da CNBB e Arcebispo de Brasília. De acordo com Dom Jacinto Brito, o sínodo pode ser definido como um espaço de ‘abertura ao diálogo, que faz crescer’. “Sínodo é uma reunião dos Bispos que o Papa Paulo VI restaurou na Igreja depois do Concilio Vaticano II. Participam representantes de todos os lugares e com isso se pode trabalhar temas atuais. Temas que requerem da Igreja uma atitude nova. O sentimento atual é que a Igreja precisa saber falar com a juventude. E não só, dar voz aos jovens. Nesse Sínodo os jovens participam dos ciclos de estudos como auditores. Essas análises são levadas pelos bispos para as plenárias. Após discussão, sai um documento do sínodo, que tem valor maior do que o documento emitido a partir da Conferência Episcopal”, explica.
Para a jovem Sueny Neves, integrante do EJC na Forania Norte, “esse é um momento histórico na Igreja e de muita alegria. Os jovens falaram aos padres sinodais de seus reais desafios e sonhos. Esta intervenção acolhida pelos bispos delegados do mundo inteiro e pelo papa Francisco é considerada histórica, por levar os jovens para dentro da Igreja e estes escutarem seus conselhos. Me sinto ainda mais Igreja com essa ampla discussão. A nossa Igreja soma à sua visão o olhar dos jovens, levando-os a sério, não subestimando suas capacidades”, avalia.
Estão em pauta abordagens como: ‘Juventude, a pluralidade do mundo juvenil, um lugar teológico’; ‘A arte e a necessidade de escutar’; ‘Uma Igreja empática, que encurta distâncias’ , entre outros. De acordo com informações do site da Santa Sé, “os trabalhos alternam análises e sínteses, com uma dinâmica que permite a verificação dos resultados e o exame de novas propostas. Cada fase desse processo se desenvolve em um clima de comunhão colegial”.
Ao final do Sínodo, o Papa emite um documento chamado Exortação Apostólica, no qual resume e aprova as principais conclusões dos bispos durante as reuniões. Para o padre referencial da juventude na Arquidiocese de Teresina, Isaias Pereira, o encontro significa “uma luz para nossa Igreja trilhar o caminho da evangelização com os jovens. A juventude não pode ser alvo de um trabalho visando apenas o futuro, devemos envolver os jovens já agora, se quisermos ter uma Igreja viva e animada. Para todos nós é motivo de alegria e esperança ver nossa Igreja preocupada com a questão da juventude”, ressaltou.
Outras informações:
Em outubro de 2019, o Brasil vai sediar o Sínodo para a Amazônia. Um sínodo particular só para a região amazônica , incluindo toda a Amazônia dos países latino americanos que formam oficialmente a região amazônica. Deste sínodo vão participar muitos bispos brasileiros, leigos, religiosos, padres, assessores e auditores. A Igreja vai tratar de dois assuntos principais: o primeiro é como evangelizar a Amazônia (naquelas circunstancias específicas) e como ela vai adequar a região a organização pastoral. O segundo ponto de enfoque é a questão ecológica. Como preservar a Amazônia e torná-la de fato habitável, sem destruí-la.
Por Vera Alice Brandão