No dia 7 de Setembro, data em que se comemora a Independência do Brasil, será realizado em todo país o 24º Grito dos Excluídos. Esse ano o ato tem como lema “Desigualdade gera violência: BASTA DE PRIVILÉGIOS!” e tema “Vida em primeiro lugar”. De acordo com a organização que abrange diversos organismos da Igreja e da sociedade civil, a manifestação em Teresina será às 8h, no Encontro dos Rios, diferente da edição passada sediada na Avenida Marechal Castelo Branco .
O Grito se constitui em um espaço de luta pela mudança, através da mobilização e resistência popular. Nesse contexto, os movimentos e pastorais envolvidos na organização como Comissão Pastoral da Terra, Cáritas e Missionários Redentoristas reforçam a confirmação de que bandeiras de defesa são pertinentes, porque vivemos em “uma sociedade excludente”.
“Uma grande camada da sociedade vive à margem dessa mesma sociedade, sem direito à moradia, sem direito à alimentação adequada, sem direito à saúde, ao trabalho, e todos esses aspectos fazem parte da vida e da dignidade humana. Enquanto tivermos uma parcela, que seja uma pessoa da sociedade que passe por essa situação, há sim sentido no Grito dos Excluídos, ainda que esse excluído não seja o que grite, mas os seus irmãos devem gritar por ele”, afirma Adonias Moura, secretário regional da Cáritas – PI.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural, de pessoas, grupos, entidades e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. Para Ana Café, coordenadora arquidiocesana das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), trata-se de um compromisso com o próximo que está à margem de qualquer tipo de assistência e tem negado direitos básicos para sua sobrevivência.
“Desigualdade se vence com solidariedade. Aquele que se omite diante do sofrimento do irmão, peca. Afinal essa desigualdade social que existe, e que mais uma vez o Grito dos Excluídos denuncia, é resultado de um sistema que não enxerga como pauta as necessidades da população e sim a manutenção do sistema atual que exclui e promove a barbárie aos mais pobres”, atesta ela.
Segundo o Padre Júlio Ferreira, do Conselho Missionário Arquidiocesano (COMIDI) e que também integra a organização do Grito, essa edição de 2018 terá um percurso pela Avenida Boa Esperança. Paralelo ao ato será realizada uma feira com apresentações artísticas. “Durante toda essa semana faremos panfletagem nos turnos manhã e tarde na Igreja da Vila Operária durante as novenas no sentido de contar com a participação popular”.
O Cartaz
O cartaz do 24º Grito dos Excluídos é de autoria de Nivalmir Santana, artista plástico formado pela Belas Artes de São Paulo e Unesp. Ele trabalha há mais de 28 anos com arte sacra em igrejas espalhadas por todo o Brasil. Atua como músico no curso de verão na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, desde 1991.
História do Grito
A proposta do Grito dos Excluídos brotou do seio da Igreja, em 1995, para aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e para responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
Com informações do site http: www.cebsdobrasil.com.br
Por Vera Alice Brandão