Em tempos de redes sociais e de inúmeras informações que circulam nos vários meios, um fenômeno antigo, mas com roupagem nova, chama a atenção: as notícias falsas, mundialmente chamadas no contexto atual de fake news. E foi essa a temática que mereceu espaço na reflexão do papa Francisco para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais – comemorado no último domingo, 13 de maio, e que norteou a Semana Arquidiocesana de Comunicação. A Rádio Pioneira de Teresina e a TV Assembleia foram os últimos veículos a acolherem o Arcebispo Metropolitano de Teresina para vivenciar esse momento.
Na companhia de membros da PASCOM – Pastoral da Comunicação, Dom Jacinto visitou logo no início da manhã o veículo que tem a gestão da Igreja Católica e que agora opera na frequência modulada FM – a Rádio Pioneira. Lá ele concedeu entrevista para o programa Rádio Jornal da Pioneira – 1ª Edição que tem a condução do radialista Joel Silva e da jornalista Eulália Teixeira.
No contato com os ouvintes, o arcebispo expressou suas ideias em relação aos prejuízos decorrentes das fakenews, sobretudo nas redes sociais, e suas possibilidades de disseminar conteúdos falsos e manipulados. O papel da Igreja também foi abordado na entrevista. O arcebispo frisou que “certos indivíduos e grupos, muitas vezes, deixam de lado a missão de anunciar a boa notícia para inventar e compartilhar apenas “fakenews”, falsificando o Evangelho e o testemunho cristão com suas práticas de ódio e intolerância”, ressaltou.
Essas informações falsas são produzidas e postas em circulação para fins políticos, publicitários ou midiáticos e tem o objetivo de difundir tais notícias para obter o máximo de “curtidas”, cliques, visualizações e compartilhamentos. Segundo o Arcebispo, podemos ter fakenews que envolvem a invenção pura de dados e fatos, totalmente fantasiosos, sem qualquer fundamento na realidade, mediante mentiras. Ou então a deturpação de algum dado ou fato envolvendo a difamação, a mentira, a calúnia sobre algo ou alguém. Há desta forma o reconhecimento de que estamos “no contexto de uma comunicação cada vez mais rápida e dentro de um sistema digital”. Então “a responsabilidade, é de todos e todas”, valorizou o arcebispo.
Ainda na entrevista, ele citou o papel profético da Igreja. Segundo o Arcebispo, denunciar é o papel, mas não com ataques sociais. “A Igreja tem a missão de denunciar em nome do Evangelho. O mandamento é da fraternidade e da solidariedade e não da opressão. Desta forma vamos então gerando relações humanas de respeito, organizando as pessoas na comunidade eclesial e promovendo valores. Assim, estamos também criando o antídoto da promoção humana”, enalteceu.
Após a entrevista o Arcebispo conduziu um momento de oração com funcionários e colaboradores em um espaço acolhedor do veículo de comunicação. Da Rádio Pioneira o Arcebispo seguiu para a TV Assembléia, uma emissora do Poder Legislativo Estadual. Na redação de jornalismo da TV, a comitiva da Igreja foi recebida por servidores e pela Diretora geral, a jornalista Cristiane Sekeff. Para a mestra em comunicação, foi um momento de alegria e diferente do que estão acostumados a presenciar no ambiente de trabalho.
“É com muita alegria e muito amor que vivenciamos essa experiência. Isso nos faz parar para refletir sobre questões importantes da nossa missão de comunicar, pois se há uma obra que é 24h na casa das pessoas, entregue as pessoas, é a comunicação. Por conta disso precisamos ter a noção exata da verdade com que devemos trabalhar. Essa deve promover realmente a paz. Nossa atividade que é sempre muito propositiva ganha com esse momento que foge da nossa rotina. Então aproveito para parabenizar a Arquidiocese pela oportunidade de trazer palavras que não só nos confortam, mas nos motivam a continuar trilhando um caminho de paz”, disse finalizando e agradecendo.
Por Vera Alice Brandão