O Movimento Focolares foi fundado no ano de 1943 em Trento, na Itália. Com mais de 70 anos de atuação no mundo, está difundido em 194 países, entre eles, o Brasil, e integra cerca de 120 mil membros.
Os integrantes do movimento são pessoas que assumem o compromisso de viver e praticar o que diz o Evangelho. Em sentido restrito são chamados “focolarinos”, consagrados a Deus que vivem em pequenas comunidades – os focolares.
O movimento tem inspiração cristã-católica e no último final de semana, Teresina foi sede de uma ação mundial denominada ‘Semana Mundo Unido’ que reuniu milhares de membros e consagrados em torno de ações sociais, com foco voltado para o bem do próximo. Em especial aquelas pessoas que se encontram em situação de abandono, passando fome e sem abrigo.
A semana teve programação intensa com visitas a hospitais, abrigos e orfanatos, além de panfletagem e celebração eucarística. A consagrada Araceli Sousa, que é da cidade de Floriano, explica que “a Semana Mundo Unido é marcada pelo engajamento de jovens. Aqueles que integram o movimento se empenham nas ações de fraternidade, ou melhor, se unem para mostrar que o mundo unido é possível . Mesmo em meio a tantas guerras o amor pode prevalecer. E é isso que os jovens procuram levar através das sua práticas. Levar um pouquinho de amor aos mais carentes considerando os ensinamentos de Jesus. Então a Semana Mundo unido também é isso: poder servir a Jesus no próximo”, esclarece.
O Movimento dos Focolares foi aprovado pela Igreja Católica também com o nome Obra de Maria, escolhido pela própria Chiara Lubich. “Chiara foi a fundadora do Movimento dos Focolares e uma das personagens carismáticas do século XX que contribuiu para reforçar a comunhão eclesial. Abriu páginas importantes no diálogo ecumênico, inter-religioso e com a cultura contemporânea. Condecorada com numerosos reconhecimentos, entre os quais, doutorados honoris causa e cidadanias honorárias, foi promotora incansável de uma cultura de unidade e fraternidade entre os povos. Milhões de pessoas no mundo inteiro vivem atualmente a sua espiritualidade”, pontua Keila Gomes , responsável pela juventude do Movimento Focolares em Teresina.
Ainda segundo ela, o Movimento Focolares não é aberto apenas para católicos. “Todos podem aderir. Dele fazem parte cristãos de várias Igrejas, fiéis de várias religiões e até pessoas que não fazem referência a nenhum credo religioso”, explica.
Um dos carismas do movimento é a luz de Deus. E de acordo com Araceli, a missão se dá em gestos simples. “Buscando ser instrumento de Deus no seio da comunidade e acreditando num mundo mais fraterno, a começar por si, através das nossas ações para com o irmão”, pontua.
No encerramento da programação, dezenas de simpatizantes estiveram reunidos no Auditório Paulo VI e, na ocasião, puderam avaliar a caminhada, os resultados das ações praticadas durante a Semana Mundo Unido e compartilhar as metas para continuidade da caminhada.
OUTRAS INFORMAÇÕES
História do Movimento Focolares
Foi no tempo de ódio e de violência da Segunda Guerra Mundial que teve início este movimento de unidade e fraternidade universal.
Em 1943, Chiara Lubich com as suas primeiras companheiras, em Trento, redescobriu o Evangelho. Percebendo que tudo desmoronava com as bombas, perguntou-se se existiria algo que nenhuma bomba fosse capaz de destruir. Assim, descobre Deus-Amor. Juntas, Chiara e suas companheiras, atuavam o Evangelho no dia-a-dia, começando pelos bairros mais pobres da cidade e vivendo-o nos abrigos antiaéreos.
A vida delas, pessoal e coletiva, deu um salto de qualidade. Aquele primeiro grupo tornou-se logo um Movimento, que ao viver concretamente o Cristianismo inicialmente na Europa e, depois, no mundo.
Inicia-se assim uma nova corrente de espiritualidade baseada no amor evangélico, que suscitou um movimento de renovação espiritual e social: a espiritualidade da unidade, nitidamente coletiva e comunitária.
Tal espiritualidade gera um estilo de vida que, inspirando-se no Evangelho — sem se descuidar, pelo contrário, evidenciando valores paralelos em outras crenças e culturas — responde ao tão difundido questionamento sobre o sentido da vida e sua autenticidade, e contribui para a realização da paz e da unidade no mundo. Caem preconceitos e as sementes de verdade e de amor inerentes às diversas culturas tornam-se riqueza recíproca. Abrem-se novos horizontes nos diversos âmbitos da sociedade: cultura, política, economia, arte.
Fonte: Wikipédia
Por Vera Alice Brandão