O sábado santo é o primeiro dia depois da crucificação e morte de Jesus Cristo e o dia que antecede o domingo de Páscoa. Durante o sábado santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua paixão e morte, descida à mansão dos mortos e espera , na oração e no jejum, da Sua ressurreição. Assim descreve o padre Fábio Fernandes, da paróquia Nossa Senhora do Rosário. O sacerdote explica que esse é o dia do silêncio em que a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. “Calam os sinos e os instrumentos e é ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar, contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio”, detalha o padre.
Nesta data a Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho. O Filho de Deus morreu. Quis vencer com Sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência, da dor, de repouso, esperança e solidão. “O próprio Cristo está calado. Ele, que é o Verbo, a Palavra, está calado. “Depois de seu último grito da cruz: Por que me abandonaste, agora ele cala no sepulcro e descansa, pois tudo está consumado. Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra, resplandece o mistério da Cruz”, complementa o sacerdote.
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio, traduzindo-se em momento de meditação e silêncio. Algo parecido com a cena descrita no livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o Seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à Sua imensa dor. “Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento” (Jó. 2, 13).
Ou seja, não é um dia vazio em que “não acontece nada”. Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele estava Sua Mãe Maria. Calada, como ele. “O sábado santo está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. É o mistério do sábado santo, em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece a paz no universo inteiro”, finaliza o padre.
Vigília Pascal
A Vigília Pascal é no sábado à noite, em honra ao Senhor, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss) e se desenvolve na seguinte ordem:
Breve Lucernário
Abençoa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.
Liturgia da Palavra
Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.
Liturgia Batismal
São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.
Liturgia Eucarística
Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo.
Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo. “A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa. O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se as velas para todos os que participam da Vigília”, finaliza padre Fábio.
Por Vera Alice Brandão