Não se deve querer ensinar a Deus o que Ele deve fazer, mas confiar Nele que sabe tirar vida até da morte. Esse é o convite do Papa Francisco na catequese desta quarta-feira, 25, na Sala Paulo VI.
Francisco prosseguiu o ciclo de catequeses sobre a esperança cristã e, como na quarta-feira passada, fez referência a um personagem bíblico. Dessa vez, o foco foi Judite, mulher corajosa, a grande heroína de Israel que encorajou os chefes e o povo de Betúlia a esperarem incondicionalmente no Senhor e assim fazendo, libertou a cidade da morte.
A narração conta que o exército de Nabucodonosor, comandado pelo general Holofernes, assediou Betúlia cortando o fornecimento de água e enfraquecendo assim a resistência da população. A situação ficou dramática ao ponto que os moradores pedem aos anciãos que se rendam aos inimigos. O fim é inevitável, a capacidade de confiar em Deus exaurida, e para fugir da morte, não resta nada a não ser se entregar.
Francisco ressaltou a figura de Judite naquela situação. “Esta mulher, viúva, arrisca até fazer um papelão diante dos outros… mas é corajosa, vai adiante. Esta é uma minha opinião pessoal: as mulheres são mais corajosas que os homens”.
Com a força de um profeta, aquela mulher convida a sua gente a manter viva a esperança no Senhor, explicou o Santo Padre, e aquela esperança foi premiada: Deus salvou Betúlia pela mão de Judite.
“Com ela, aprendamos a não impor condições a Deus. Confiar Nele significa entrar nos seus desígnios sem nada pretender, aceitando inclusivamente que a sua salvação e o seu auxílio nos cheguem de modo diferente de nossas expetativas. Nós pedimos ao Senhor vida, saúde, amizade, felicidade… E é justo que o façamos; mas na certeza de que Deus sabe tirar vida até da morte, que se pode sentir paz mesmo na doença, serenidade mesmo na solidão e felicidade mesmo no pranto. Não podemos ensinar a Deus aquilo que Ele deve fazer, nem aquilo de que temos necessidade. Ele sabe isso melhor do que nós; devemos confiar, porque os seus caminhos e os seus pensamentos são diferentes dos nossos”.
E outra vez, antes de concluir, o Papa mencionou o papel das mulheres e avós. “Quantas vezes ouvimos palavras corajosas de mulheres humildes… que pensamos, sem desprezá-las, que são ignorantes… mas são as palavras da sabedoria de Deus, as palavras das avós que tantas vezes sabem dizer a coisa certa… palavras de esperança. Elas têm experiência de vida, sofreram tanto. Confiaram em Deus, que lhes deu este dom”.
“Esta é a oração da sabedoria, da confiança e da esperança”, terminou o Papa, concedendo em seguida a bênção apostólica.
Fonte: Site Canção Nova