A cidade de Miguel Alves, localizada a pouco mais de 100 km da capital, Teresina, foi o cenário do I Festival do Babaçu. A temática abordada no encontro esse ano foi: “Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu – 10 anos partilhando histórias, saberes e sabores, sonhos, lutas e conquistas”. O objetivo principal foi celebrar os dez anos de organização do grupo.
O evento aconteceu na comunidade Ezequiel, casa de dona Paixão, falecida em abril de 2015, porque foi ela a grande incentivadora na luta pela terra, na caminhada das CEBs e na organização das mulheres que integram o movimento.
A realização do festival foi marcada por uma programação vasta. Além das ações culturais e da apresentação dos produtos produzidos pelas quebradeiras, a trajetória do grupo desde o seu início também foi valorizada. Um dos momentos emocionantes foi durante o Cântico do Magnificat, onde Maria exalta a presença amorosa de Deus na caminhada de libertação de seu povo.
Um grupo de quebradeiras apresentou a peça “Ei, não derrube esta palmeira”, denunciando as queimadas e o desmatamento que estão destruindo esta grande riqueza natural, e mostrando a grande utilidade do babaçu no cotidiano.
O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco (MIQCB) de Esperantina apresentou a “Campanha Babaçu Livre” e a importância da aprovação de leis de proteção aos babaçuais e do livre acesso das mulheres às áreas de babaçu, para garantir a continuidade do extrativismo sustentável, com políticas públicas para incremento de projetos de geração de renda e empreendimentos de economia solidária.
Um momento bem animado foi o concurso de quebração de coco. Teve ainda a apresentação dos cantores da terra com músicas da caminhada.
Nas barracas, o destaque foi para a barraca “Sabor do Babaçu”, que expôs para degustação vários pratos da culinária do babaçu: creme de galinha, mingau, dindin e manjar com mesocarpo do babaçu, paçoca de carne com azeite do coco e ainda a famosa cocada de babaçu. Outra barraca que marcou o festival foi a de exposição fotográfica com “Retratos da Caminhada e Cenários do Babaçu”. Teve ainda a barraca “Babaçu Arte” (artesanatos), a do “Brechó Veste Bem” e a dos “Frutos da Terra”.
O Festival contou com a presença de instituições apoiadoras como: religiosas de duas congregações, do pároco da Paróquia S. Miguel, da diretoria do Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais, do coordenador regional e da articuladora arquidiocesana da Comissão Pastoral da Terra (CPT), das coordenadoras da Comissão de CEBs, dos alunos e diretor da Escola Família Agrícola, e de alunos do Curso de Pedagogia da Terra. Um animado bingo coroou o evento.
Para a CPTque assessora o grupo de quebradeiras desde seu início, a avaliação do Festival é positiva pois essa “é uma oportunidade para celebrar a caminhada, envolver as famílias das mulheres como também os grupos que são acompanhados pela CPT em M. Alves, e muitas comunidades e entidades solidárias às lutas destas guerreiras mulheres em sua luta por libertação”, finaliza.
Com informações da CPT