Por Vera Alice Brandão
Na última semana do mês de outubro o Papa Francisco, reunido com fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano, anunciou que em breve o Brasil terá um novo cardeal. De acordo com o Papa haverá no dia 19 de novembro próximo, a nomeação de 17 novos cardeais e entre eles um nome bastante conhecido dos fiéis teresinenses: Dom Sérgio da Rocha. Ele foi arcebispo coadjutor da nossa capital em 2007, passando a arcebispo no ano seguinte.
“Com alegria, anuncio que sábado, 19 de novembro, na véspera do fechamento da Porta Santa da Misericórdia, realizarei um Consistório para nomear 13 novos cardeais, de cinco continentes. Sua proveniência, de 11 nações, expressa a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa Nova da Misericórdia de Deus em todos os cantos da terra. A inclusão dos cardeais na diocese de Roma manifesta a inseparável relação entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares”, disse o papa, na Praça de São Pedro.
Mas e o que significa ser um cardeal? Qual a importância dessa escolha? O programa Em tuas mãos respondeu essas questões com a colaboração do Padre Aerton Marcos de Sousa que está à frente do Seminário de Filosofia Dom Edilberto Dinkelborg. Em entrevista concedida ao repórter Lívio Galeno, o sacerdote explicou a importância dessa escolha do papa e reforçou o reconhecimento da nossa Igreja quanto à postura de Dom Sérgio como um pastor servo e dedicado a nossa Igreja.
“Cardeal é um ponto referencial para a Igreja, especialmente para o Papa em determinado local. Referência de serviço bastante representativa. Pode representar o Papa, por exemplo, em alguma circunstância ou situação. Portanto o cardeal é um servidor. Nós entendemos que é um reconhecimento da própria Igreja, ao serviço, ao testemunho que Dom Sérgio tem pela presidência na CNBB (cargo que ocupa atualmente), pela capacidade de diálogo, pela competência que nós testemunhamos”, esclarece o sacerdote.
Paulista de Dobrada, região de Matão, o novo cardeal completará 58 anos no próximo dia 17 de novembro. O Brasil passará a ter agora 11 cardeais – cinco deles eleitores num eventual conclave para eleição do papa e seis não eleitores, por terem feito 80 anos.
Aliás, sobre esse assunto padre Aerton explica que o cardinalato existe para três graus. “Nós temos os cardeais diáconos, presbíteros e bispos. Tendo a consciência, claro, que os bispos são aqueles que aparecem mais pela própria presença , atuação e serviço à igreja, já que essa vida de doação é chave importante , pois no conclave tem sua decisão somada ao momento da escolha do bispo de Roma”, explica.
Vale lembrar ainda que o cardeal bispo, como é o caso de Dom Sérgio, é um candidato potencial ao cargo de Bispo de Roma. “Cada passo por ele dado, a própria Igreja vai dando condições de dar mais passos. Ele não se escolhe, mas ele pode ser escolhido. E essa escolha é da Igreja. Restando, portanto a ele se dispor a nossa Igreja”, pontua o padre.
Ao final da entrevista ele pediu aos fiéis que orem em intenção de Dom Sérgio. Essa nova missão irá exigir do novo cardeal uma vida ainda mais dedicada aos serviços da Igreja.
“Rezemos por ele. Como ele foi nosso bispo e ainda há compromisso entre nós, oremos por ele e pelos serviços que as nossa igreja pede a ele. Quando ela nos pede é para bem servir”, finalizou padre Aerton.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
- Sérgio da Rocha foi ordenado padre em 1984. Em 2001 foi nomeado bispo auxiliar de Fortaleza e em 2007 arcebispo coadjutor de Teresina, passando a arcebispo no ano seguinte. Em 2011, foi transferido para a Arquidiocese de Brasília. Entre outras funções, foi membro da Comissão Episcopal do Mutirão da Superação da Miséria e da Fome, da CNBB. Fez o curso de Filosofia no seminário de São Carlos e o de Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mestre em Teologia Moral pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção em São Paulo e Doutor em Teologia Moral pela Academia Alfonsiana, de Roma.