Rezar pelos que nos fazem mal certamente não é um dos convites mais fáceis. Na família, no trabalho, entre amigos e nos círculos sociais, é comum que a divergência de opiniões gerem desconfortos e situações complicadas nos relacionamentos. Surgem os rancores, a raiva e tantos sentimentos ruins que impedem os cristãos de experimentarem a graça do perdão, e especialmente, a dificuldade de rezar pelos que nos desejam mal.
A Sagrada Escritura nos traz no livro de Mateus uma passagem onde Jesus nos ensina a rezar e nos convoca “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam”(Mt 6,12). Esta passagem bíblica é inspiradora para iniciar uma oração intencionada aos que nos ofendem com palavras ou mesmo com agressões físicas.
O próprio papa Francisco, durante a homilia, em missa celebrada na casa de Santa Marta, fez um convite para nos aproximarmos ainda mais do amor do Pai. “Que o Senhor nos dê a graça, apenas esta: rezar por nossos inimigos; rezar por aqueles que nos desejam o mal, que não nos querem bem; rezar por aqueles que nos ferem, que nos perseguem. E cada um de nós sabe o nome e o sobrenome: rezar por isso, por isso… Garanto a vocês que esta oração vai fazer duas coisas: ele vai melhorar, porque a oração é poderosa, e nós seremos mais filhos do Pai”, afirmou o papa.
Os que nos ferem também são amados aos olhos de Deus. As atitudes ruins são reprovadas por Deus, mas nem por isso o Senhor exclui quem errou. O padre João Paulo, que integra a Pastoral do Povo de Rua, pontua que todos nós somos beneficiados com o amor do Pai.
“O próprio Deus faz o sol brilhar para os justos e os injustos. Os “maus” também são beneficiados com o amor divino. A partir deste exemplo somos impulsionados para também viver esta prática, que deve fazer parte da nossa rotina. O próprio Jesus nos ensina que não podemos enfrentar o maligno, não competir com as pessoas do mal. É sempre melhor evitar confrontos”, observa o padre.
Para a vivência desta prática, a intimidade com Deus é fundamental para afastar a desunião e tudo aquilo que no aproxima do mal. “A desunião é uma tentação do demônio, que quer separar e desunir. Jesus é o promotor da paz e do diálogo. A proximidade com o Pai nos mostra o quanto a oração nos traz a paz, e consequentemente, a pessoa que nos faz mal será beneficiada tanto quanto nós mesmos. Assim, essa deve ser sempre nossa atitude. O próprio Cristo nos inspira quando diz ‘Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem’. Assim, nós, enquanto batizados, temos a missão de rezar pelos que nos perseguem, nos ferem e nos desejam o mal. Assim, estaremos mais perto de Deus”, conclui o padre João Paulo.
Por Josiane Sousa
Com Informações da Rádio Vaticano