Jezebel Eme, mora na cidade de Amarante, há 128 km de Teresina. Veio a capital do Piauí em busca de qualificação profissional. E é graças ao projeto Pimenta do Reino, uma iniciativa da Cáritas Arquidiocesana, em parceria com a instituição suíça Brucke Le Pont, que ela e outras dezenas de jovens com baixa renda se aproximam da realização de sonho: a inserção no mercado de trabalho.
O projeto Pimenta do Reino tem sede na zona sudeste da cidade e abriu as portas para a jovem e para outros 19 alunos que integram a turma de culinária. Os números são bastante positivos, de acordo com Marcilane Gomes, coordenadora do projeto.
“O projeto existe desde o ano de 2010 e por aqui já passaram mais de 500 jovens. Muitos deles se qualificaram em culinária ou no curso de alimentação para festa. Podemos afirmar que cerca de 80% dos que passaram por aqui se firmaram e conquistaram seu espaço no mercado. O projeto visa formar uma juventude empreendedora com independência”, reforça.
Wanderson Abreu tem 23 anos de idade e descobriu o projeto Pimenta do Reino através das redes sociais. O jovem disse que admira a arte da culinária e espera um dia ser um profissional qualificado. “Aqui no curso a gente não aprende apenas o essencial. Tenho certeza que irei proporcionar aos meus futuros clientes sensações e novos sabores”, almeja.
Os cursos ofertados são definidos de acordo com pesquisas realizadas pelo projeto. Essas pesquisas refletem os anseios da comunidade e a partir daí se define o cronograma e escolhem-se os instrutores. Dona Verônica Ferraz contribui para a formação dos jovens e revela que como o setor da culinária está em alta, a busca pela formação desperta inicialmente curiosidade.
“Primeiro os alunos vem movidos pela curiosidade. Admiram e querem aprender. Após as aulas eles começam a se apaixonar, afinal a culinária é uma arte e não há quem não demonstre interesse. Com o passar dos módulos, as afinidades vão surgindo e muitos deles passam a enxergar as inúmeras possibilidades que o mercado de trabalho oferece”, explica.
Celino Dantas busca transformar a sua história em superação. O jovem já perdeu dois empregos por falta de qualificação. “O projeto me mostrou que ainda não estava pronto para o mercado de trabalho. Não tinha qualificação. Creio que a partir dessa formação será tudo diferente”, almeja.
De acordo com a coordenação, os cursos são gratuitos e duram em média quatro meses. Os alunos recebem kit com farda, material didático (apostilas) “e a instituição ainda auxilia na condução dos formandos, encaminhando-os para o mercado de trabalho”, finaliza Marcilane.
Os cursos são oferecidos para jovens com idade entre 18 a 29 anos.
Para mais informações sobre o projeto:
Rua Natal, Quadra D, Casa: 11 – Conjunto Novo Horizonte. Telefone: (86) 3235-7492.
Por Vera Alice Brandão