A Bíblia afirma que o Espírito Santo nos fará lembrar da Palavra de Deus no momento oportuno (Jo 14,26), porém, como o Espírito nos lembrará daquilo que não lemos? Essa citação nos gera reflexão e serve de convite para inserirmos em nossa rotina diária a leitura da sagrada escritura já que nos aproximamos do mês da bíblia que é setembro. O cotidiano do fiel cristão pede a prática da leitura orante, afinal quando lemos a bíblia, adquirimos conhecimento e sabedoria para agirmos de acordo com a vontade de Deus, nas várias situações que passamos no nosso dia a dia.
Segundo a vice-coordenadora da Comissão Arquidiocesana de Catequese, irmã Ana Lúcia Alencar, é preciso adotar uma rotina organizacional para atingir o ideal de leitura e reflexão da Palavra. Ninguém pode transmitir ao outro aquilo que não sabe. Só pode testemunhar Cristo quem tiver, ao menos, um conhecimento elementar da Palavra de Deus. “A maioria das pessoas que encontramos desconhecem quase que totalmente os conceitos bíblicos. Não as praticam em família e no seu lar. Muitas têm dúvidas ou indagações, e precisam de orientação de alguém que conheça a Bíblia”, explica.
Uma das evidências da nova vida com Deus é a paz que sentimos no coração, mesmo quando as circunstâncias ao nosso redor só inspiram preocupações e temores. O Senhor Jesus disse: “Eu lhes disse estas coisas para que em mim vocês tenham paz…” (Jo 16,33). “O que torna esta afirmação mais relevante é o fato de que o Senhor repassou esta mensagem a seus discípulos pouco antes do tumulto que culminou com sua crucificação. Ele desejava que seus discípulos tivessem paz mediante suas palavras, exatamente quando estavam para enfrentar aquela crise iminente. Portanto, há a certeza de que a palavra de Deus é para a vida de hoje”. Há quase dois mil anos o povo de Deus têm-se fortalecido para enfrentar as crises da vida, lendo e estudando a Bíblia.
Mas e qual a importância do fiel cristão adotar a bíblia como leitura obrigatória? Irmã Ana pontua que “se a bíblia é Palavra de Deus, nada mais coerente que ler, compreender e rezar essa Palavra. Afinal ela nos oferta tudo que precisamos em vida, com mensagens específicas para o nosso dia-a-dia”, atesta.
“Eu gosto muito de comparar a leitura da bíblia a um relacionamento amoroso. Todo relacionamento que gostamos, passamos a dar a importância necessária e assim também devemos ser nós como cristãos: dar sempre o melhor tempo para Deus. Fazer daqueles 15 minutos, ou menos, o melhor encontro do seu dia como Pai. A palavra vem daquele que faz tudo por nós. Temos que priorizar e dar importância, pois só assim seremos fiéis e merecedores das graças”, continua.
Irmã Ana reforça que a leitura deve acontecer em comunidade e em família. “Pena que são poucas as famílias que fazem isso. A família é a base de tudo. Se temos uma família que reza e que coloca a Palavra de Deus em prática ficamos familiarizados com a vontade de Deus, e consequentemente aprendemos a orar com eficácia”, explica a irmã.
Os equipamentos tecnológicos modernos nos possibilitam ter acesso fácil à leitura da Palavra. Mas será que uma substitui a outra. Há eficácia? De acordo com a irmã Ana é “preferível a Palavra física, pegar a bíblia, se ater à liturgia diária. Claro que eu, por exemplo, quando estou viajando, quando não tenho acesso, opto pela Palavra seja de forma for. Mas o ideal é encontrar tempo para Deus”, afirma.
O tempo em casa, com mais dedicação é o caminho ao Pai. “Se alguém deseja a certeza da salvação, então deve começar a ler a Bíblia regularmente. Ela é a única fonte de onde se pode obtê-la. Não vale apenas expor no móvel da sala, é necessário usufruir dessa mensagem que é para sempre a mais importante”, finaliza.
Por Vera Alice Brandão
Com informações de Lívio Galeno