O santo padre, o Papa Francisco, em inúmeras vezes vem nos dizer que ‘Deus não cansa de nos perdoar. Nós é que cansamos de pedir perdão’. As palavras do pontífice traz a beleza da espera do Pai que nos acolhe a todo instante. Traz ainda, nas entrelinhas, a significância da espera de pessoas que anseiam pelo nosso perdão, ou vice-versa. Assim como Deus, somos chamados a perdoar aqueles que por ventura nos dizem palavras desagradáveis aos nossos ouvidos e ao coração.
Sempre é tempo de perdoar e viver a beleza de um coração limpo e cheio do amor de Deus, repleto de coisas boas e não de mágoas guardadas pelo egoísmo e medo de reconhecer os erros e buscar o rumo do perdão. Em entrevista ao Programa Em Tuas Mãos, o padre Fabrício Damasceno NJ, pontua que “o mundo precisa profundamente de perdão”. Para ele, perdoar é um ato de sabedoria.
“Perdoar é um ato de inteligência e sabedoria, na visão concreta em uma disposição do temor de Deus. Perdôo para que assim eu também seja perdoado. Inclusive, a nossa própria oração do Pai Nosso (Mateus 6, 12) vem justamente nos dizer isso ‘Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido’. Esta é a dinâmica, perdoo porque Deus outrora me perdoou, usou de misericórdia comigo. Assim eu dou o meu perdão”, explica o sacerdote.
Santo Agostinho nos revela que ‘quem negar seu perdão ao irmão não espere receber bons frutos. No entanto, a tarefa de perdoar, por vezes, não é tão fácil. Contudo, é necessária para vida de todo cristão. Padre Fabrício completa e observa que este ato é um grande desafio. “Perdoar nem sempre é fácil, ou melhor, eu diria que perdoar é um desafio. Os termos ‘fácil’ e ‘difícil’ impõem certas barreiras que podem ser colocadas dentro da nossa linguagem. O perdão é um grande desafio no sentido de que eu me vejo como aquele que pode dar o perdão ou recebe-lo. É fantástico pensar o perdão como o grande desafio, no sentido do fruto maior que eu tenho com o outro”.
Chamados a amar o próximo como a nós mesmo, assim como nos convoca os mandamentos da Lei de Deus, e nos incentiva São João Paulo II ao dizer que “um coração reconciliado com Deus é um coração generoso”, o convite é para experimentar a beleza e o sabor dos benefícios do perdão.
“A paz interior é um dos primeiros benefícios do perdão. Penso que é possível assim entender melhor o termo sabedoria em relação ao perdão. No momento que eu perdôo, eu tenho uma libertação, e inclusive isso é uma das temáticas do perdão na Bíblia. Perdoado se vê que se estar livre, sem algemas e correntes. O pecado nos torna prisioneiros e o perdão nos liberta. Da mesma forma, quando eu uso de perdão em relação a outras pessoas eu também lhes dou a possibilidade de perdão, de remissão. Um dos primeiros e melhores benefícios diz respeito à paz interior. Você se sente consciente e bem diante de Deus”, conclui o padre.