Jesus ressuscitado apareceu aos seus apóstolos e disse-lhes: “Ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). O Evangelho é a Boa Nova. O Evangelho é o próprio Jesus Cristo, a boa notícia do Pai que vem trazer o perdão, a graça, a salvação.
A Boa Nova é sempre a do Reino de Deus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). Com toda convicção podemos declarar que o Reino de Deus já está presente no nosso meio. Por meio de Jesus, Deus instaurou o seu domínio na terra, vencendo a força da morte e do pecado.
Os destinatários dessa alegre mensagem somos todos nós. Todos têm o direito de receber o Evangelho. Para aqueles que o recebem se exige a escuta, o acolhimento e a obediência. E para os que são mensageiros, que já fizeram a experiência com o Ressuscitado, requer a generosidade e disponibilidade para o anúncio. Requer também métodos e meios apropriados para comunicar a Boa Nova “a toda criatura” nas suas variadas particularidades.
A Igreja, povo de Deus, tem o dever de evangelizar sem excluir ninguém. Assim, como nos ensina o Papa Bento XVI, “a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração”. E as pessoas com deficiência, portanto, não podem ficar fora das ações evangelizadoras e pastorais da Igreja. Nós precisamos ter uma atenção especial para com esses nossos irmãos. Precisamos ser Igreja da Inclusão!
Effatá (abre-te) foi essa a palavra que Jesus pronunciou ao surdo do Evangelho e por meio da qual imediatamente os ouvidos dele se abriram, soltou-se a língua e ele começou a falar perfeitamente (Mc 7, 35). Jesus não curou somente os surdos, mas com o seu effatá realizou inúmeros milagres no relacionamento com as pessoas com deficiência para demonstrar um amor todo especial e pessoal. Disse Ele ao Paralítico: “Levante-te, toma teu leito e vai para tua casa” (Mc 2, 11).
A inclusão das pessoas com deficiência é cheia de desafios e exigências, e requer, portanto, muito amor e paciência conosco e com os outros. Precisamos, porém, nos indagar: Como estamos acolhendo as pessoas com deficiência na Igreja? Eles estão participando das atividades litúrgicas? As nossas comunidades são inclusivas? Para continuar a missão de Jesus oferecendo dignidade aos seus “pequeninos” (Mt 11,25), precisamos, a exemplo do Mestre, assumir as suas atitudes e ações.
O próprio Jesus olha para cada um de nós e diz Effatá. Abramos a nossa mente e nosso coração a fim de nos conscientizarmos de que a Igreja Misericordiosa é a mesma da Inclusão. A alegria da Ressurreição não é egoísta. Saiamos sem medo de anunciar a Boa Notícia a toda criatura.
Francisco de Aquino, seminarista da Arquidiocese de Teresina, 3º ano Teologia.