
A Pastoral Carcerária tem se destacado por sua missão de levar esperança, dignidade e acolhimento àqueles que estão privados de liberdade. Composta por milhares de voluntários comprometidos, a pastoral realiza, semanal ou quinzenalmente, visitas aos presídios, oferecendo apoio não apenas aos encarcerados, mas também às suas famílias.
A coordenadora nacional da Pastoral Carcerária da CNBB, irmã Petra Silva, esteve em Teresina compartilhou detalhes sobre essa missão essencial e os desafios enfrentados pelos agentes que se dedicam a essa causa. Segundo ela, a principal missão da pastoral é a visita aos encarcerados, inspirada pelas palavras de Jesus no Evangelho de Mateus 25:36: “Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me”, onde os voluntários dedicam-se a oferecer uma presença gratuita, acolhedora e amorosa, em um ambiente muitas vezes marcado pela violência e pela violação dos direitos fundamentais.
A pastoral está aberta a todos os cristãos batizados que sentem o chamado para servir nesta missão. A coordenadora esclarece que, para participar, é essencial que os voluntários estejam engajados em sua vida de oração e na comunidade. “Oferecemos materiais de formação e cursos preparatórios para os novos agentes, além de exigir que todos passem por um processo de registro exigido pelo Estado, garantindo que aqueles que entram nas unidades prisionais sejam devidamente capacitados e autorizados”, explicou.

Apesar de sua importância, a missão da Pastoral Carcerária envolve desafios significativos. A Ir. Petra destaca que a pastoral não é “complicada”, mas “complexa”, pois envolve o trabalho com diversos grupos: juízes, policiais penais, familiares e, claro, com as pessoas encarceradas. Ela aponta que, apesar das dificuldades, levar a Palavra aos presos representa um momento de verdadeira experiência com Deus. “A pastoral segue princípios essenciais, como nunca entrar sozinha nos presídios e jamais perguntar aos encarcerados o motivo de sua prisão. O foco é, acima de tudo, oferecer amor e acolhimento”, afirmou.
A evangelização dentro dos presídios é realizada por meio de encontros de oração, leitura da Bíblia, partilha de vida e, em alguns casos, celebração de missas. Além disso, a pastoral busca promover a dignidade humana, intervindo quando surgem questões relacionadas à saúde ou à falta de condições adequadas de vida nos presídios, como a escassez de água ou material de higiene. O cuidado com os encarcerados vai além das palavras, refletindo-se em ações concretas que visam melhorar a qualidade de vida dentro do sistema prisional.
A religiosa também destaca o apoio fundamental oferecido às famílias dos presos, que frequentemente enfrentam dificuldades devido ao estigma social e ao preconceito. A Pastoral Carcerária busca estar presente nas casas das famílias, oferecendo suporte emocional e informativo. “Acompanhamos as famílias no processo judicial, informando sobre a progressão de regime, sobre os direitos dos presos e orientando sobre as alternativas disponíveis. Nossa missão também é dar apoio aos familiares que, muitas vezes, também são vítimas de discriminação”, disse.
Ela finalizou enfatizando a importância da colaboração com outras pastorais, como a Pastoral Familiar e a Pastoral da Saúde, para fortalecer a atuação da Igreja no acolhimento dos encarcerados e de suas famílias. “Esta pastoral oferece esperança àqueles que muitas vezes são esquecidos pela sociedade. Por meio da ação de seus agentes, ela leva a palavra de Deus e o compromisso com a dignidade humana, lembrando que cada vida tem um valor inestimável, independentemente da situação em que se encontra”, concluiu.
Na Arquidiocese de Teresina, a Pastoral Carcerária realiza um dedicado trabalho nas unidades prisionais, com voluntários capacitados que oferecem apoio espiritual, acolhimento e escuta aos encarcerados. Para participar, é necessário ser cristão batizado, estar em sintonia com a oração e a comunidade, além de passar por formação e cumprir requisitos legais. Os voluntários também contribuem com ações sociais e jurídicas para melhorar as condições de vida dos presos e apoiar suas famílias, sempre promovendo dignidade e respeito.
Para mais informações sobre o trabalho desenvolvido pela Pastoral Carcerária, inclusive para se colocar à disposição e ser voluntário, o contato pode ser acionado através dos números (86) 3303-4723 / (86) 9 9935-8513 – Diácono Marcus Vinícius (coordenador arquidiocesano).